Título: Tucanos relembram caso Waldomiro: 'É o dia nacional da impunidade'
Autor: Adriana Vasconcelos e Jailton de Carvalho
Fonte: O Globo, 14/02/2006, O PAÍS, p. 4

Em nota, Arthur Virgílio diz que dois anos depois da denúncia nada foi feito

BRASÍLIA. Os tucanos reagiram com ironia às comemorações dos 26 anos do PT. Em nota distribuída à imprensa, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que a data poderia ser consagrada como "O Dia Nacional da Impunidade". Em tom irônico, ele lembrou que o aniversário poderia ser duplo, já que exatamente há dois anos a revista "Época" denunciava o primeiro grande escândalo do governo Lula, ao divulgar que Waldomiro Diniz, então assessor parlamentar do todo-poderoso chefe da Casa Civil José Dirceu, negociava propina com o empresário de jogos Carlos Cachoeira. "Hoje é dia de duplo aniversário. Todos os envolvidos no caso Waldomiro Diniz comemoram o segundo ano do escândalo sem que nenhum deles tenha sofrido a menor punição. E o governo Lula se junta à festa dos 26 anos do seu partido, o PT, podendo comemorar também a impunidade", salienta a nota assinada por Virgílio. Em outro trecho condena a falta de punição: "Nem a Polícia Federal, nem a Polícia Civil nem o Ministério Público entraram, até hoje, com ação contra eles. E Waldomiro continua flanando em Brasília, no mesmo apartamento, e ao que consta, sem emprego. Vive de quê? Do silêncio?".

Procurador afirma que Waldomiro não deve escapar

Virgílio questiona o fato de a Polícia Federal não ter tomado qualquer medida em relação ao PT, mesmo depois de o partido ter admitido o uso do caixa dois nas eleições de 2002 e 2004. Para o procurador da República José Robalinho Cavalcanti, são remotas as chances de Waldomiro escapar de uma condenação ao final das investigações sobre a renovação do contrato do contrato de R$650 milhões da Caixa Econômica com a Gtech. Robalinho diz que o caso é complexo, mas entende que os indícios recolhidos são consistentes.