Título: NOVAS REGRAS DO BNDES AGRADAM A EMPRESÁRIOS
Autor: Mirelle de França
Fonte: O Globo, 15/02/2006, ECONOMIA, p. 24

Líderes, no entanto, consideram medidas insuficientes para estimular investimentos

Os principais líderes empresariais do país comemoraram, mas consideraram ainda insuficientes as novas políticas operacionais apresentadas pelo BNDES. A mudança, que inclui a redução média de 30% nos spreads (taxa de remuneração do banco nos financiamentos) cobrados pela instituição, foi anunciada no fim do ano passado e detalhada ontem pelo presidente Guido Mantega. Os empresários também voltaram a criticar a TJLP (taxa de juros de longo prazo que corrige os empréstimos do BNDES), hoje em 9% ao ano, como um dos entraves para novos investimentos: - Ter linhas e custos mais baratos no BNDES é o que precisamos. Mas a TJLP ainda está muito elevada. Por que a taxa não pode ser de 7%, por exemplo? - perguntou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton de Mello, afirmou que as medidas anunciadas pelo BNDES são positivas, mas ressaltou que é necessário uma "recondução da política econômica" para incentivar novos investimentos. Presente ao encontro, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, frisou que a redução dos spreads do BNDES (a taxa máxima caiu de 4,5% ao ano para 3% ao ano) deverá aumentar a demanda por financiamento de alguns segmentos, como o setor de inovação tecnológica, cujo custo caiu de TJLP mais 2,5% ao ano, para uma taxa fixa de 6% ao ano. O ministro também ressaltou que há espaço para redução da TJLP: - Tudo isso (inflação sob controle, aliada ao risco-país em queda) dá conforto para dar continuidade à redução (da TJLP).

Presidente do BNDES acredita na queda da TJLP

Guido Mantega também acredita na manutenção da trajetória de queda da TJLP. Segundo ele, o cenário atual favorece a redução do custo dos financiamentos: - Estamos vendo hoje um conjunto de medidas apontando para um custo menor, com Selic e TJLP em queda. Tudo caminha para uma normalização do custo do crédito.