Título: FUNDOS MULTIMERCADO LIDERAM GANHOS
Autor: Luciana Rodrigues e Patricia Eloy
Fonte: O Globo, 02/03/2006, Economia, p. 23

Os fundos multimercado encerraram fevereiro como a aplicação com maior retorno ao investidor em toda a indústria de fundos. No mês passado, até o dia 21, renderam 2,68%, de acordo com os dados mais recentes da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). Tais fundos investem em vários ativos, como Bolsa, títulos públicos, dólar e juros.

Em segundo lugar ficaram as aplicações mais conservadoras, como os fundos de renda fixa e DI, que avançaram 1% e 0,97%, respectivamente. Na lanterninha, os investimentos em ações, já que fevereiro marcou um período de fortes correções nos preços dos papéis, após seguidos recordes.

Segundo Ronaldo Guimarães, da Cenário Investimentos, os multimercado ganharam com o forte recuo do risco-Brasil (19,17% em fevereiro) e com a valorização do real frente ao dólar, que foi de 3,6% no mês passado. A queda nas taxas de juros e a maior rentabilidade dos títulos públicos atrelados à variação da inflação também beneficiaram os multimercado.

- Foi um mês excelente para o setor. Os principais fundos tiveram desempenho bastante superior à média de mercado, já que, com exceção da Bolsa, os principais mercados trouxeram ganhos no mês, até o dia 21. Como os dados da Anbid não capturaram os últimos três dias de fevereiro, a forte recuperação do mercado acionário também ficou de fora - explica Guimarães.

O movimento de fevereiro acompanha, na verdade, a volta por cima dos multimercado em janeiro. Após meses de perdas, os fundos registraram no primeiro mês do ano a maior captação mensal de sua história: R$975 milhões em novos recursos. Também em janeiro, os fundos renderam 3,23%, o melhor resultado mensal dos últimos 12 meses.

O FGTS-Vale e o FGTS-Petrobras decepcionaram em fevereiro, com desvalorização de 9,58% e 3,69%, respectivamente. Após registrarem em janeiro os maiores ganhos da indústria, perderam no mês passado para a poupança e para a inflação. Segundo analistas, a forte alta dos últimos meses motivou a venda das ações das empresas, mas a perspectiva continua sendo de ganhos a longo prazo.