Título: NOS PLANOS DE GAROTINHO, ROSINHA PODE SER CANDIDATA
Autor: Chico Otavio e Maiá Menezes
Fonte: O Globo, 05/03/2006, O País, p. 9

Oficialmente, não há plano B. Mas, diante da movimentação dos caciques do PMDB contra sua pré-candidatura, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho guarda uma estratégia como trunfo para o caso de perder as prévias ¿ ou de ganhar e perder o posto de candidato mais tarde, na convenção do partido, em junho. A alternativa seria lançar a governadora do Rio, Rosinha Garotinho, sua mulher, candidata à reeleição.

A governadora já bateu o martelo: não deixará o cargo em abril, quando se encerra o prazo para a desincompatibilização, o que impede que Garotinho seja candidato a qualquer outro cargo que não seja a Presidência da República. A consulta sobre eventuais obstáculos jurídicos já foi feita ao Tribunal Superior Eleitoral, mas não diretamente sobre o caso da governadora.

Apesar de montar o plano alternativo, o presidente regional do PMDB mergulha de cabeça na campanha para garantir votação maciça dos convencionais: não ficará um único dia sem viajar até as prévias, marcadas para o dia 19 de março. Nesta semana, viaja para Belo Horizonte, Vitória, Recife, Teresina, João Pessoa e Natal. Oficialmente, garante que apoiará o pré-candidato do PMDB ao governo do estado, o senador Sérgio Cabral. Mas o próprio senador já foi sondado sobre a possibilidade de abrir mão da pré-candidatura.

Garotinho já traçou também o cenário para o caso de conseguir a candidatura à Presidência e perder as eleições. Investirá em uma trajetória semelhante à do prefeito de São Paulo, José Serra: concorrerá à Prefeitura do Rio. O ex-governador quer conquistar o eleitor das classes média e alta cariocas, onde seus índices de rejeição são mais altos. Garotinho tem dito a aliados que, na prefeitura, evitaria ter que lidar com o principal ônus de ser governador: a segurança pública, que é uma atribuição estadual.