Título: GOVERNADOR APOSTA EM ATO PARA COVAS
Autor: Tatiana Farah
Fonte: O Globo, 06/03/2006, O PAÍS, p. 3

SÃO PAULO. A celebração dos cinco anos da morte do governador Mário Covas, hoje, é tratada como a grande chance do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, mudar a tendência da cúpula tucana de escolher o prefeito José Serra como candidato à Presidência. Os aliados de Alckmin esperam reunir o máximo de apoios à noite, na Sala São Paulo, e ainda obter uma declaração da viúva, Lila Covas, sobre o legado que Covas teria deixado a Alckmin. Lila disse na edição de ontem ao jornal ¿O Estado de S. Paulo¿ que Covas apoiaria Alckmin. Na opinião de Lila, Alckmin aprendeu com Covas quando foi seu vice e seguiu os rumos do governo. Em entrevista ao GLOBO, no mês passado, ela afirmou que Serra deveria cumprir a promessa de terminar os quatro anos de mandato na Prefeitura. Alckmin deve acompanhar Lila durante todo o dia de hoje. Às 9h, o governador participará de uma missa pela memória de Covas em Santos, na Igreja de Santo Antonio do Valongo. Depois, visita o túmulo de Covas no Cemitério do Paquetá. No início da tarde, faz uma inauguração em Santos. A partir das 18h30m, a celebração ganha corpo com um concerto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo na sala São Paulo, construída por Covas. Todo o alto tucanato deve participar do evento, como o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o prefeito Serra. Alckmin deve aparecer como o herdeiro de Covas no discurso que pretende fazer. Ele fará uma espécie de balanço dos 12 anos do governo tucano no estado, sempre com referências a Covas e seu legado e, no final, opinar sobre o futuro político do país, onde pretende se inserir. Segundo o deputado federal Edson Aparecido (PSDB-SP), que apóia Alckmin, não se trata de transformar a celebração em evento pró-Alckmin, mas a ascendência do governador é natural.