Título: CHÁVEZ ELOGIA VITÓRIA DA VILA EM PROGRAMA DE TV
Autor:
Fonte: O Globo, 06/03/2006, RIO, p. 15

Presidente da Venezuela diz que patrocínio de estatal ao desfile da escola carioca é `parte da luta ideológica¿

CARACAS. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, dedicou ontem uma grande parte de seu programa dominical de rádio e TV, ¿Alô, presidente!¿, à comemoração da vitória da escola de samba Vila Isabel, cujo desfile foi patrocinado pela estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA). ¿ Que maravilha! Que sublime! ¿ exclamou o presidente. Chávez aproveitou para mostrar seus conhecimentos de História do Brasil explicando a raiz do nome da escola: ¿ Tremenda vitória da integração latino-americana a da escola de samba Vila Isabel, de grande tradição no Rio, assim chamada em homenagem à filha de um rei português que lutou pela libertação dos escravos. Ganhou o primeiro lugar do carnaval número um do mundo ¿ disse. Durante o programa, representantes da escola agradeceram a Chávez e ao povo da Venezuela diretamente do Rio. Enquanto assistia a imagens do desfile, o presidente fez exclamações como ¿Aí está Bolívar, gigante como é¿, em referência ao carro alegórico que trazia uma imagem do líder revolucionário, acrescentando que ¿milhões de pessoas viram Bolívar lançar sua mensagem de integração¿.

Valor do patrocínio é confidencial

Chávez gostou tando do enredo, ¿Soy loco por ti, América¿, que soltou um ¿Soy loco por ti, Venezuela¿. Às críticas da oposição, que não gostou de ver dinheiro da PDVSA no carnaval carioca, Chávez lamentou que algumas pessoas não entendam que o investimento ¿é parte da luta ideológica¿. ¿ Com um investiento modesto conseguimos um impacto mundial ¿ assegurou. O valor do patrocínio não foi revelado, mas estima-se que tenha sido entre US$450 mil e US$2 milhões. O diretor da Vila Isabel, Wilson Moisés Alves, disse ao jornal venezuelano ¿El Universal¿ que uma cláusula do contrato trata o tema como confidencial. Alves acrescentou que com um pequeno incremento do patrocínio a Vila poderia desfilar pelas ruas de Caracas. Chávez, porém, não mencionou a possibilidade.