Título: Dono de corretora diz que sindicalista agia em nome do PT junto aos fundos
Autor: Adriana Vasconcelos
Fonte: O Globo, 09/03/2006, O País, p. 4

BRASÍLIA. Em depoimento ontem na sub-relatoria de Fundos de Pensão da CPI dos Correios, o dono da corretora Stocklos, Lúcio Bolonha Funaro, suspeito de envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, acusou o presidente licenciado do Sindicato dos Bancários de São Paulo, João Vaccari, de atuar em nome do PT junto aos fundos de pensão do Banco do Brasil (Previ), da Caixa Econômica Federal (Funcef) e da Petrobras (Petros).

¿Ele até foi cogitado para ser presidente do BB¿

Funaro disse não ter provas da acusação. Segundo ele, o ex-secretário de Comunicação do PT Marcelo Sereno seria o responsável pela ação junto aos fundos de menor porte. Sereno vai depor amanhã.

¿ É o que se comenta no mercado, não estou acusando ninguém. Comenta-se que o João Vaccari é o operador do PT junto aos três maiores fundos de pensão, Previ, Funcef e Petros. Ele até foi cogitado para ser presidente do Banco do Brasil, mas não foi porque não tem curso superior. Comenta-se que ele exerceria influência nesses três fundos ¿ contou Funaro.

¿ Esse tipo de afirmação não corresponde à verdade, principalmente quando se trata da Previ. Quem está na vida pública é vítima de calúnia, mas esse tipo de ilação é complicado porque não há comprovação. É fácil atingir alguém falando algo como ¿comenta-se no mercado¿. Sei que esse comentário não é verdade ¿ rebateu a senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA).

Numa reunião a portas fechadas, a CPI dos Correios decidiu não apoiar a iniciativa da oposição de prorrogar os trabalhos da comissão por mais um ou dois meses. Hoje o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), e o relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), deverão ratificar a decisão, confirmando que o relatório final será apresentado no dia 21.

A oposição, que já anunciara a intenção de coletar assinaturas para garantir a prorrogação dos trabalhos da CPI, deverá suspender a operação para evitar uma derrota pública.