Título: PREVI TEVE SUPERÁVIT DE R$9,1 BI NO ANO PASSADO
Autor: Mirelle de França
Fonte: O Globo, 10/03/2006, Economia, p. 27

Presidente do fundo diz que resultado é resposta às investigações de CPIs sobre o valerioduto

A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, encerrou 2005 com superávit de R$9,1 bilhões. No acumulado até o fim do ano passado, o montante alcançou a marca de R$18,9 bilhões. Foi o terceiro ano consecutivo de superávit registrado pela fundação. De acordo com o presidente da Previ, Sérgio Rosa, o resultado positivo é uma resposta às investigações de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que questionaram os investimentos realizados pelo fundo - várias fundações foram acusadas de participar do esquema do valerioduto. Rosa, no entanto, não mostrou os resultados operação por operação.

- A gente sofreu no ano passado com as investigações da CPI. Foram denúncias vazias, precipitadas. Acusações infundadas foram realizadas. A gente correu muito atrás desse prejuízo de imagem. Os resultados como um todo da Previ são, mais uma vez, uma forma gritante de dialogar um pouco com essas denúncias - disse.

Fundo continuará política de desinvestimento

A Previ encerrou 2005 com patrimônio de R$83,1 bilhões, contra R$70,4 bilhões em 2004. Nos últimos três anos, o patrimônio cresceu 93%. Do total investido pelo fundo, 60,1% (R$49,865 bilhões) estão aplicados em renda variável, enquanto o percentual de renda fixa é de 33,4% (R$27,704 bilhões). Boa parte do resultado positivo da fundação veio da rentabilidade das ações que a Previ tem em carteira: 27,2% no ano passado.

Rosa afirmou que a Previ está tentando encontrar junto com a Secretaria de Previdência Complementar (SPC) uma saída para o enquadramento da carteira de ações do fundo. A regra determina que a fundação pode ter, no máximo, 50% de seu patrimônio aplicados em renda variável. O prazo para o enquadramento é 2012.

Segundo o presidente da Previ, apesar de todos os desinvestimentos (venda de ações e resgate de fundos) que o fundo vem fazendo para se adequar às regras, a valorização dos papéis acaba mantendo o percentual aplicado em ações elevado.

- Acelerar as vendas da carteira só para se enquadrar, vender rapidamente apenas para atingir o percentual das leis, pode dar a entender que a lei não está protegendo o patrimônio, que é o maior objetivo dela - frisou Rosa.

Em 2005, a Previ fez desinvestimentos que totalizaram R$1,587 bilhão. Desse total, R$835,8 milhões representaram vendas de ações no mercado.