Título: EXÉRCITO PODE ATUAR DE NOVO
Autor: Antonio Werneck e Natanael Damasceno
Fonte: O Globo, 15/03/2006, Rio, p. 16

Ministro diz que, para receber ajuda, estado só precisa pedir

BRASÍLIA. Ao comemorar o fim da missão nas favelas do Rio para recuperar armas roubadas, o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, disse ontem à noite que o Exército estaria pronto para ajudar em operações pontuais de combate ao crime se houvesse um pedido do governo do Rio. Ele ressaltou que o Exército agiu com base em mandados judiciais e que agora as Forças Armadas não podem atuar na cidade se não houver um convite para isso.

Alencar classificou como ¿atrevimento¿ o roubo de armamento militar e disse que, no Brasil, estão sendo ¿muito compreensivos¿ com o crime. Para ele, a ação do Exército acabou ajudando a reduzir índices de criminalidade e tráfico na cidade, embora o objetivo não fosse este.

¿ Essa queda dos índices de criminalidade, de tráfico de drogas, isso foi em decorrência da presença ostensiva do Exército. A ação não foi voltada para isso. Mas demonstra que foi benéfica. Se houver um pedido do governo do Rio para que o Exército participe em alguma ação episódica para minorar a criminalidade no Rio, o Exército jamais de furtaria e não se retiraria. Mas não se pode fazer no Rio uma ação sem que sejamos convidados ¿ disse Alencar.

O ministro informou a apreensão das armas roubadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que considerou a operação vitoriosa.

Já o comandante militar do Leste, Domingos Curado, que esteve com Alencar, não quis dizer se o Exército se manterá nas ruas ou não.

¿ Retiramos de bandidos armas que poderiam ser usadas contra a população. Novos mandados poderão ser cumpridos ¿ afirmou o general, que informou os detalhes da conclusão da missão numa reunião com Alencar e com o comandante do Exército, Francisco Albuquerque.