Título: EMPREGO NA INDÚSTRIA DE SP CRESCE SÓ 0,12%
Autor: Aguinaldo Novo
Fonte: O Globo, 15/03/2006, Economia, p. 26

Fiesp diz que fevereiro foi chocho, mas aposta em reação em abril

SÃO PAULO. O nível de emprego na indústria paulista cresceu 0,12% em fevereiro, sem ajuste sazonal, resultado considerado chocho pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Pela pesquisa, que passou a seguir uma nova metodologia de cálculo, foram abertos 2.600 postos de trabalho no mês passado.

Segundo o diretor do Departamento de Economia da Fiesp, Paulo Francini, o resultado de fevereiro ainda refletiu a ¿perda do ânimo¿ com a desaceleração da economia a partir do terceiro trimestre de 2005. Mas as perspectivas continuam sendo positivas para os próximos meses. A própria Fiesp já começou a apurar um ritmo mais forte na produção. Mantido esse cenário, Francini acredita numa reação do emprego a partir de abril.

¿ Há hoje um relativo reaquecimento (da economia), que começou em janeiro e pelas indicações preliminares se manteve em fevereiro ¿ afirmou ele.

No setor de álcool, grandes empresas concentram vagas

Os dados foram apurados com base numa nova metodologia, que ampliou o universo de empresas pesquisadas e também atualizou a ponderação dos setores industriais no cálculo do emprego. Essa conta também considerou o porte individual das empresas. No setor de vestuário, por exemplo, as empresas com até 99 funcionários respondem por quase 68% do emprego no setor.

Já em álcool e coque (que abrange as usinas de cana-de-açúcar), tamanho faz a diferença: 71,7% das vagas foram abertas por empresas com pelo menos 500 empregados.

A Fiesp reviu a série histórica do índice até julho do ano passado. Por essa série, o emprego na indústria saiu de uma queda de 1,6% em dezembro para uma variação positiva de 0,31% em janeiro e 0,12% no mês passado. Esses dados não consideram a sazonalidade do período. Por questões estatísticas, essa ponderação não poderá ser feita antes de dois anos.

Diretor diz que nova pesquisa é mais robusta

Comparadas, a pesquisa antiga e a nova não apresentam diferenças percentuais significativas. De acordo com Francini, a nova é ¿mais robusta¿.

¿ A pesquisa anterior não era ruim, mas tinha um espaço para melhorar. Já o novo índice, com a sua nova metodologia, ele é mais robusto estatisticamente.