Título: EMISSÃO TEVE O MENOR `SPREAD¿ DA HISTÓRIA
Autor: Patricia Eloy, Wagner Gomes e Gerson Camarotti
Fonte: O Globo, 17/03/2006, Economia, p. 21

Brasil pagou apenas 2,04 pontos acima dos EUA

BRASÍLIA. Com a melhora da percepção dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil, a captação externa feita pelo Tesouro Nacional ontem teve o menor spread ¿ que é a diferença entre os juros exigidos pelo mercado e a taxa paga pelos títulos do Tesouro americano (referência) com vencimento em 2031 ¿ já cobrado por bônus globais brasileiros: 2,04 pontos percentuais. Isso quer dizer que o Brasil pagou apenas 2,04 pontos acima dos juros que os Estados Unidos oferecem a seus investidores. O governo emitiu US$500 milhões em títulos denominados Global 2037.

Quando o Global 2037 foi lançado no mercado, em janeiro deste ano, o governo captou R$1 bilhão, mas o spread foi maior, de 2,95 pontos acima dos títulos americanos. A taxa de retorno para os investidores também ficou mais barata para o Tesouro desta vez. Enquanto na primeira captação ela era de 7,57% ao ano, agora foi de 6,83% ao ano. O papel foi negociado ontem por 103,747% de seu valor de face. Isso significa que os investidores aceitaram pagar um ágio para tê-lo em carteira. Já na captação feita em janeiro, o Global 2037 foi negociado por 94,856% de seu valor de face. Neste caso, o investidor cobrou ágio.

A captação foi liderada pelos bancos HSBC Securities e JP Morgan Securities, com apoio do Itaú. O papel tem um cupom de juros de 7,125% ao ano e vencerá no dia 20 de janeiro de 2037. Os recursos entrarão nas reservas internacionais no próximo dia 23. Ontem, o risco-Brasil, que mede a confiança do investidor estrangeiro no país, caiu 0,44%, para 224 pontos centesimais.