Título: BID: SAÍDA DE PALOCCI NÃO ABALA IMAGEM NO EXTERIOR
Autor: Cristiane Jungblut e Henrique Gomes Batista
Fonte: O Globo, 23/03/2006, O País, p. 8

'A solidez da economia brasileira é indiscutível', diz Luis Alberto Moreno, presidente da instituição

WASHINGTON e PORTO ALEGRE. A possibilidade de o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, deixar o governo em breve não deverá abalar a imagem do Brasil nos mercados internacionais, na opinião do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.

Segundo ele, o Brasil tem hoje as suas finanças bem ordenadas e existe uma "institucionalidade no país". Para Moreno, uma eventual mudança no principal ministério brasileiro a esta altura não significaria muito, pois o mundo acredita que, seja quem for o seu substituto, não haverá mudanças radicais na política econômica.

Moreno sugeriu que a figura de Palocci tem sido fundamental para o prestígio do Brasil no exterior mas, ao mesmo tempo, deixou transparecer que a própria economia do país hoje é respeitada por todos independentemente da permanência do ministro no posto:

- A solidez da economia brasileira é indiscutível. O ministro Palocci tem uma credibilidade enorme, tanto nos organismos internacionais quanto nos mercados. Isso é um fato. Graças a ele o mercado financeiro no Brasil tem trabalhado com muita agilidade. Hoje todos conhecem o Brasil pelos fundamentos sólidos de sua economia - disse Moreno em entrevista exclusiva à TV Globo, ontem, na sede do banco, depois de um café da manhã com correspondentes do jornais brasileiros nos EUA.

O presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, e o ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola defenderam ontem a permanência de Palocci no cargo.

- Ele dá tranqüilidade à economia. Em termos do gerenciamento do processo financeiro do país, ele não deveria se afastar. Toda a troca tem riscos. Se for por Murilo Portugal (secretário-executivo) o risco é menor - disse Gerdau.

- A percepção geral é realmente de que Palocci deve continuar no ministério. Mas, mesmo que saia, haverá continuidade da política, porque ela não é do ministro e sim do presidente Lula - disse Loyola.

*Correspondente