Título: LISTA FALSA LEVA PFL E PSDB À JUSTIÇA
Autor: Adriana Vasconcelos
Fonte: O Globo, 28/03/2006, O País, p. 8

Lobista e petistas serão alvos de ações por acusação de caixa 2 em Furnas

BRASÍLIA. Diante da comprovação pela Polícia Federal de que é falsa a lista que apresentava o nome de 156 políticos, a maioria deles da oposição, como beneficiários de recursos de caixa dois de Furnas, o PSDB e o PFL decidiram reagir judicialmente. Para o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), um quarteto teria atuado para tentar dar credibilidade a essa denúncia.

Além do lobista Nilton Monteiro, que teria apresentado cópia do documento à PF, e dos militantes do PT mineiro Luiz Fernando Carceroni e Rogério Correia, Virgílio identifica o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, como um dos responsáveis pelo desgaste sofrido nos últimos dois meses pela oposição:

- O ministro Márcio Thomaz Bastos fingiu que não sabia que a lista era falsa e deixou a oposição sob suspeição. Mas do ponto de vista criminal, não há como enquadrá-lo.

Tucanos e pefelistas devem pedir indenização

Ao lado do líder do PFL, senador Agripino Maia (RN), e do corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), Virgílio disse que a primeira medida judicial a ser tomada pelo dois partidos será contra Nilton Monteiro e Luiz Fernando Carceroni, um militante petista com cargo comissionado na Prefeitura de Belo Horizonte que teria ajudado na divulgação da lista. Tucanos e pefelistas pretendem pedir indenização pelos danos morais causados por eles.

Também será encaminhado um requerimento à PF solicitando a convocação para depor, e depois para uma acareação, do deputado estadual Rogério Correia (PT), que na avaliação de tucanos e pefelistas também contribuiu para dar credibilidade "à fraudulenta fabricação".

Os petistas, no entanto, não abrem mão de incluir o tema no relatório final da CPI.

- Independentemente da autenticidade ou não da lista de Furnas, é preciso continuar investigando se o seu conteúdo ou parte dele pode ser verdadeiro - adiantou o relator-adjunto da CPI, deputado Maurício Rands (PT-PE).

Por seu e-mail funcional ter sido utilizado para enviar cópias da lista de Furnas, o presidente da Funarte, Antônio Grassi, também deverá responder à representação apresentada na Procuradoria Geral da República para que seja investigada sua participação em crime de improbidade administrativa ou de prevaricação.