Título: CONDOLEEZZA: EUA VÃO CONVERSAR COM O IRÃ
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Fonte: O Globo, 25/03/2006, O Mundo, p. 47

Secretária de Estado americana confirma que Washington discutirá com Teerã a precária situação do Iraque

BAGDÁ. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse que os Estados Unidos vão conversar com o Irã ¿ a quem acusam de interferir no Iraque ¿ sobre a precária situação no país vizinho, mergulhado num conflito sectário entre sunitas e xiitas que deixa dezenas de mortos todos os dias.

Condoleezza deu, dessa forma, sua aceitação pública à oferta de diálogo feita por Teerã na semana passada.

¿ Estes encontros acontecerão numa ocasião apropriada ¿ disse a secretária de Estado.

O governo iraniano nega a acusação dos EUA ¿ com o qual não tem laços diplomáticos ¿ de que esteja fomentando a luta sectária no Iraque e se dispôs a discutir o assunto com o embaixador americano em Bagdá, Zalmay Khalilzad.

Pressionados por Washington a porem fim a um impasse que já dura três meses e formarem o mais rapidamente possível um governo de união nacional para lutar contra a violência no país, líderes iraquianos voltaram à mesa de negociações ontem enquanto diversos atentados matavam 29 pessoas.

Ativista cristão volta para casa após 4 meses cativo

As negociações sobre a formação de um governo estão emperradas por falta de consenso sobre quem o liderará. O premier Ibrahim al-Jaafari, da Aliança Xiita, recusa-se a abrir mão do posto, apesar da oposição que enfrenta de outros partidos. No entanto, fontes da Aliança afirmaram que pressões de Washington, que quer urgência na formação do governo, e de alas internas do bloco xiita podem acabar forçando Jaafari a deixar o cargo.

¿ Todas as opções estão abertas a discussões ¿ disse uma alta fonte do governo.

Em mais um dia violento, 20 mortes ocorreram somente em Bagdá. Já o ativista cristão Norman Kember, de 74 anos, resgatado de seu cativeiro por soldados britânicos, voltou ontem para a Inglaterra. Ele e mais dois ativistas ficaram quatro meses em poder de seqüestradores islâmicos, que mataram um refém americano.

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