Título: Para classe alta, parcela fixa com juro mais alto
Autor: Luciana Calaza
Fonte: O Globo, 26/03/2006, Morar Bem, p. 1

Instituições financeiras têm modalidade sem reajuste para imóveis acima de R$350 mil

Enquanto a baixa renda e a classe média baixa são beneficiadas com juros de crédito imobiliário menores, para tentar conquistar uma clientela que compra imóveis com preços acima de R$350 mil, alguns bancos oferecem financiamento com parcelas fixas, isto é, sem reajuste periódico (os juros já vêm embutidos). Mas, para o consultor jurídico da Associação Brasileira de Mutuários da Habitação (ABMH), Ricardo Chiaraba, é preciso ter cuidado:

¿ Os juros são ainda mais altos que os praticados tradicionalmente no setor e, em alguns casos, as prestações fixas são apenas por um período e não durante todo o contrato.

Caso do Itaú, Bradesco e Santander. O Santander, inspirado nas carteiras administradas pela instituição na Espanha e no Chile, desenvolveu um produto chamado Supercasa10, com parcelas fixas nos primeiros dez anos. Depois disso, elas passam a ser reajustadas pelo IGP-M. Os juros são de 1,53% ao mês.

No Bradesco e no Itaú, para os imóveis com valor acima de R$350 mil, também há a modalidade de prestações fixas. No Bradesco, os juros são de 16% anuais. No Itaú, a taxa pode ser única, variando de 18,64% a 19,61% anuais, dependendo do prazo de financiamento, ou decrescente, começando em 19,86% e caindo até 17,84%.

Tendência é de lançamentos para classe média baixa

Para o vice-presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), a cobrança de juros mais baixos para o financiamento de imóveis com valor até R$150 mil está direcionando a construção:

¿ Empreendimentos como Vila do Pan, Cores da Lapa e Quartier Carioca, no Catete, são resultado desta política. Havendo facilidades para o tomador de classe média baixa, a tendência é haver lançamentos para essa renda.