Título: PFL HERDA PREFEITURA E GOVERNO DE SÃO PAULO E TAMBÉM O DE PERNAMBUCO
Autor:
Fonte: O Globo, 31/03/2006, O País, p. 4

Na despedida, Alckmin diz confiar no seu taco para enfrentar Lula

BRASÍLIA e SÃO PAULO O PFL herdou três importantes postos de poder com a desincompatibilização dos governadores Geraldo Alckmin (SP) e Jarbas Vasconcelos (PE) e do prefeito José Serra (SP). Hoje Cláudio Lembo assume o governo de São Paulo e Gilberto Kassab, a prefeitura. O PFL assume, então, as administrações do segundo e terceiro maiores orçamentos do país (governo paulista e prefeitura paulistana, respectivamente), atrás apenas do Orçamento da União. Em Pernambuco quem assume e concorre à reeleição é o vice-governador Mendonça Filho.

Os pefelistas passam a governar quatro estados e a administrar duas prefeituras de capital. Em 2002, o partido elegeu Paulo Souto para o governo da Bahia, João Alves em Sergipe, além de Reinaldo Tavares (MA) - que se transferiu depois para o PTB - e Marcelo Miranda (TO) - que foi para o PMDB.

Em despedida, Alckmin evita falar de escândalo

A despedida de Alckmin do governo foi marcada ontem por protestos de moradores, festa em ritmo carnavalesco e clima de confiança para crescer nas pesquisas. Alckmin disse confiar "no taco" para virar o jogo contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista tem larga vantagem nas pesquisas quando a disputa é entre os dois.

Para Alckmin, que inaugurou ontem a obra de expansão da linha 2 do metrô em evento com queima de fogos de artifício, chuva de papel picado, bateria de escola de samba e apresentação de mestre-sala e porta-bandeira, a preferência pelo presidente se explicaria pelo fato de Lula viajar pelo país.

- É lógico que ele tem esse benefício, mas confio no meu taco, a gente pode dar um novo projeto para o Brasil - disse Alckmin, fazendo um mea-culpa sobre os erros que teria cometido na sua gestão:

- Certamente não fiz tudo, cometi erros, mas suei a camisa e dei o melhor de mim.

Alckmin não citou o escândalo da Nossa Caixa. Verbas publicitárias do banco estatal seriam direcionadas a veículos de comunicação ligados a aliados do governador na Assembléia. Um dos assessores diretos do Palácio dos Bandeirantes, Roger Ferreira, deixou o cargo após as denúncias.