Título: BERNARD APPY E CARLOS KAWALL NA EQUIPE
Autor: Patrícia Duarte/Geralda Doca
Fonte: O Globo, 31/03/2006, Economia, p. 23

Ministro anuncia nomes de secretários executivo e do Tesouro e avisa que mudará mais

BRASÍLIA. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou os nomes de seus dois auxiliares mais importantes. O atual secretário de Política Econômica, Bernard Appy, será o secretário-executivo da pasta - espécie de vice-ministro, cargo que ocupou na maior parte da gestão Antonio Palocci. O economista Carlos Kawall, atual diretor de Finanças do BNDES, aceitou o convite feito na quarta-feira e comandará o Tesouro Nacional.

Convidado por Mantega, Jorge Rachid, da Receita Federal, permanecerá na secretaria, informaram fontes próximas ao ministro. O ministro deverá anunciar novas mudanças na próxima semana. Ontem, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, confirmou que, a pedido do presidente Lula, ficará no cargo.

Kawall era o mais cotado para substituir Joaquim Levy no Tesouro porque já era braço direito de Mantega no BNDES. Ele foi economista-chefe do Citigroup por oito anos, além de trabalhar no Banespa e na Eletropaulo.

- Ele (Kawall) está muito preparado para este cargo. Temos um excelente relacionamento e ele é um nome adequado para exercer as funções de secretário do Tesouro - disse o ministro.

Mantega disse que escolheu Appy porque trabalharam juntos. Appy foi secretário-executivo da Fazenda entre janeiro de 2003 e maio de 2005, quando Marcos Lisboa deixou a equipe e Appy assumiu, a pedidos, a Secretaria de Política Econômica. No lugar de Appy ficará interinamente seu adjunto, Otávio Damaso.

Entre as mudanças na equipe, uma das mais prováveis é na Secretaria de Assuntos de Internacionais, hoje chefiada por Luiz Pereira. O mais cotado é José Carlos Rocha Miranda, atual assessor de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), hoje aos cuidados de Manoel Felipe Brandão, deverá passar a ser comandada por Luís Inácio Lucena Adams, atual secretário-executivo-adjunto do Ministério do Planejamento.

As indicações de Kawall e Appy foram bem recebidas por analistas. Para Celso Toledo, economista da MCM Consultores, os novos secretários têm a vantagem de serem conhecidos pelos investidores, o que diminui a incerteza e a volatilidade do mercado financeiro:

- Se os nomes não contribuem para a criação de um ciclo de otimismo, não atrapalham, são neutros, o que na atual conjuntura já é uma coisa boa.