Título: FALTA DE VIGILANTES AINDA SEM SOLUÇÃO
Autor: Daniel Engelbrecht
Fonte: O Globo, 01/04/2006, Rio, p. 16

PF nega ter permitido volta de funcionários afastados

Os hospitais Miguel Couto, na Gávea, e Souza Aguiar, no Centro, devem continuar tendo problemas com a falta de vigilantes. Ontem, o prefeito em exercício, Ivan Moreira, afirmou que tinha conseguido uma autorização do superintendente em exercício da Polícia Federal do Rio, delegado Roberto Prel, para que os funcionários afastados voltassem a trabalhar até a próxima terça-feira. A decisão teria sido tomada numa reunião na sede da PF. O delegado, entretanto, negou o encontro e que tivesse dado a permissão.

Segundo ele, os dois conversaram por telefone e Prel teria explicado que a decisão não seria dele, e sim da Delegacia de Segurança Privada. O chefe da delegacia, Ângelo Gioia, por sua vez, disse que a permissão não pode ser dada porque contraria a lei.

O Souza Aguiar amanheceu ontem com um pequeno reforço na segurança. Além dos cinco vigilantes da empresa Arca da Aliança, responsáveis por todo o hospital, dois policiais militares ficaram na entrada da emergência.

A primeira providência do prefeito em exercício foi solicitar um reforço maior à PM, pela manhã. À tarde, foram enviados mais oito policiais para o Souza Aguiar.

Desde quarta-feira, 46 funcionários contratados como porteiros mas que exerciam irregularmente a função de vigilantes estão afastados do trabalho, por determinação da Polícia Federal. O mesmo aconteceu no Miguel Couto, onde oito funcionários foram afastados.

Os porteiros do Souza Aguiar e do Miguel Couto que foram afastados pertencem, respectivamente, às empresas Qualidade Total Serviços de Limpeza e Conservação e Hope Consultoria de Recursos Humanos, contratadas em janeiro pela Secretaria municipal de Saúde. O vereador Carlos Eduardo e o deputado Paulo Pinheiro denunciam que a contratação das duas empresas foi feita para substituir o serviço de vigilância dos hospitais, que era exercido por empresas especializadas, cujos contratos venceram em dezembro.

¿ Somente no Souza Aguiar havia 79 vigilantes. Vários deles, para não ficarem desempregados, foram trabalhar na Qualidade Total como porteiros, ganhando metade do que recebiam antes. E, na prática, continuaram exercendo a função de vigilantes ¿ afirmou Paulo Pinheiro.