Título: BIODIVERSIDADE: SEM UM ACORDO DE PROTEÇÃO FORTE
Autor: Ana Paula de Carvalho
Fonte: O Globo, 01/04/2006, O Mundo / Ciencia e Vida, p. 42

Governo brasileiro, porém, vê avanços, como a proibição de plantas transgênicas estéreis

CURITIBA. O adiamento da principal decisão da 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP8) para 2010 frustrou ambientalistas, que esperavam do Brasil um posicionamento firme para que os participantes chegassem a medidas com resultados imediatos. Porém, a principal decisão que poderia sair da COP8, referente ao acesso aos recursos genéticos e à repartição de benefícios, é fraca.

O documento, aprovado ontem, último dia da COP8, prevê que existirá a repartição de benefícios. As bases dessa política, porém, serão discutidas apenas daqui a dois anos, na Alemanha, e têm data limite até 2010 para serem implementadas.

Por causa da decisão, o Greenpeace acusou países como Canadá, Nova Zelândia e Austrália de obstruírem as negociações. Já o governo brasileiro viu progressos na COP8. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse estar satisfeita. Um dos avanços, para ela, é a proibição do uso de transgênicos estéreis, com os chamados genes exterminadores. Da mesma maneira, as árvores transgênicas não serão liberadas.

¿ O documento acordado determinou a realização de estudos e pesquisas científicas para não comprometer a biodiversidade ¿ disse a ministra.

Na presidência da convenção de biodiversidade até 2008, o Brasil estará à frente da implantação das iniciativas acertadas em Curitiba e deve fazer articulações para que os recursos sejam assegurados.