Título: BID QUER DEMOCRATIZAR CRÉDITO NA AL
Autor: Eliane Oliveira e Flávia Oliveira
Fonte: O Globo, 03/04/2006, Economia, p. 14

Banco diz que pequenas e médias empresas receberão financiamento

WASHINGTON. Ao divulgar hoje, em Belo Horizonte, o informe anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o seu presidente, Luis Alberto Moreno, deverá enfatizar uma nova política da casa. Trata-se do que ele define como o estabelecimento de uma ¿democracia financeira¿.

¿ Só uma minoria tem acesso a crédito hoje em nossos países. Vamos identificar a maioria dos que precisam desses recursos na América Latina, sobretudo entre as pequenas e médias empresas. E trataremos de oferecer a todos a ajuda necessária ¿ disse o executivo em Washington, às vésperas de embarcar para o Brasil.

Moreno, que assumiu o BID em outubro passado, disse que em Belo Horizonte divulgará detalhes de ¿operações inovadoras¿. O banco também pretende expandir a sua atuação no setor privado, assim como emprestar mais a estados e municípios:

¿ Adotaremos novos enfoques para o financiamento de infra-estrutura, e promoveremos um acesso justo e mais fácil ao crédito ¿ afirmou.

Uma das novidades para o setor privado é um aumento do teto dos empréstimos. Ele era de, no máximo, US$75 milhões para cada empresa interessada e passou recentemente para US$ 200 milhões. Moreno, agora, duplicará esse limite e não exigirá mais um aval do estado:

¿ O banco agora poderá emprestar, em circunstâncias especiais, até US$400 milhões ao setor privado sem garantias do governo federal.

Moreno disse ainda que o BID planeja dar uma assistência mais intensiva ao Brasil, que no ano passado recebeu US$2,1 bilhões em empréstimos ¿ abaixo de Venezuela (US$3,3 bilhões) e México (US$3,9 bilhões):

¿ Estamos vendo qual é a melhor maneira para trabalhar com os desafios que o Brasil enfrenta. A sua economia está crescendo bastante e, por isso, o país precisa de atenção tanto nas áreas de infra-estrutura como na social. Estamos buscando formas de ampliar para outras áreas programas do tipo do Bolsa Família, que já apoiamos. Já a produção brasileira de etanol poderá servir de exemplo para os países vizinhos.