Título: MINISTRO NEGA ENVOLVIMENTO DE ASSESSORES
Autor: Bernardo de la Peña
Fonte: O Globo, 04/04/2006, O País, p. 3

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, negou a participação de assessores do ministério no episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Bastos afirmou que o caso já está sendo investigado pela Polícia Federal e disse que não vê motivos para que seja chamado a depor no inquérito que investiga o caso. Ao se defender, acabou reforçando as acusações contra o ex-ministro Antonio Palocci.

¿ Eu não tenho motivo para ser ouvido. No domingo (logo após a revista ¿Época¿ publicar cópias do extrato bancário de Francenildo) eu pedi ao doutor Paulo Lacerda (diretor-geral da Polícia Federal) que abrisse um inquérito. A PF teve toda a liberdade para investigar a questão. Essa investigação está sendo feita num tempo absolutamente compatível. Tanto que em uma semana pelo menos 80% dos fatos já estavam apurados.

Bastos manteve a versão dada pelo secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg; e de seu chefe de gabinete, Cláudio Alencar, em depoimentos à PF no domingo que comprometeram Palocci. Os dois contaram que no dia 16 de maio estiveram na casa do ex-ministro para investigar se o caseiro recebeu suborno para depor contra Palocci na CPI dos Bingos, mas não tiveram acesso ao extrato bancário do caseiro.

¿ Eles não assistiram a qualquer quebra de sigilo ou vazamento de dados. Naquele momento, Palocci fez um pedido que não poderia ser atendido ¿ disse Bastos, durante uma visita ao Vidigal.