Título: PSDB colhe assinaturas para ampliar CPI
Autor: Rosa Costa
Fonte: O Globo, 18/03/2006, Nacional, p. A11

Para Virgílio, é uma 'medida preventiva' contra novas liminares no STF; Palocci poderá ser convocado de novo

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), começou a colher ontem assinaturas para ampliar o objeto de investigação da CPI dos Bingos. Segundo ele, trata-se de "medida preventiva" para impedir que novas liminares do Supremo Tribunal Federal (STF) interrompam o trabalho da comissão.

Na quinta-feira, o depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa foi interrompido por ordem do tribunal, que havia concedido liminar a pedido do senador Tião Viana (PT-AC).

O pedido do senador petista é mais amplo - pede que o STF proíba o relatório final da CPI de tratar do assassinato do prefeito Celso Daniel e do caso envolvendo o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, por exemplo. O ministro Cezar Peluso, do STF, que despachou o pedido de liminar, concedeu apenas parcialmente o que foi solicitado.

O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), considera dispensável a coleta de assinaturas para ampliar o objeto da CPI. Ele argumenta que nunca a investigação saiu do foco, como alega o governo.

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, pode voltar a depor na CPI dos Bingos. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que vai conversar com seus colegas da bancada e da comissão sobre a necessidade de reconvocar Palocci para que ele se defenda das acusações feitas pelo caseiro. Francenildo contou que Palocci ia à casa do Lago Sul alugada por seus amigos de Ribeirão. Segundo ele, ali era dividido o dinheiro trazido de Ribeirão e aconteciam festas com garotas de programa.

A situação do ministro se agravou na comissão depois de perder o voto do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o apoio do PSDB. ACM disse que votará com o seu partido. As reações se devem à tentativa do governo de recorrer ao STF para boicotar a CPI dos Bingos.

Para Álvaro Dias (PSDB-PR), Palocci deveria ser ouvido pela comissão, "especialmente se continuar ministro". "Um ministro não pode continuar sob suspeita", alegou.