Título: Oposição quer quebrar sigilo de amigo do presidente
Autor: Bernardo de la Peña
Fonte: O Globo, 05/04/2006, O País, p. 11

Novo requerimento pedindo liberação de dados bancários do presidente do Sebrae será apresentado à CPI dos Bingos

BRASÍLIA. A oposição decidiu voltar à carga contra o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e apresentará à CPI dos Bingos novo requerimento para quebrar seu sigilo bancário. Okamotto, que admitiu ter pagado dívida de R$29 mil do presidente Lula com o PT, enfrentou ontem na CPI a pressão até da base governista para tentar convencê-lo a abrir seu sigilo bancário. A maioria dos senadores tinha mais interesse neste tema do que na acareação com o ex-petista Paulo de Tarso Venceslau.

O requerimento de quebra do sigilo vai ser apresentado pelo PFL, segundo o líder do partido no Senado, Agripino Maia (RN). Protegido por uma decisão do Supremo Tribunal Federal, Okamotto alegou ontem que estava ali apenas para a acareação.

O sigilo de Okamotto já foi quebrado pela CPI, mas outra decisão do Supremo impediu os parlamentares de terem acesso aos dados. Ontem, o relator da CPI, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), defendeu a aprovação de uma nova quebra.

Senadores petistas pediram a Okamotto acesso a dados

O presidente da comissão, Efraim Morais (PFL-PB), foi mais cauteloso e disse que prefere aguardar o recurso feito ao STF para que a CPI possa abrir as caixas com os dados de Okamotto, que inclusive já foram enviados à comissão.

- Se o Okamotto atendesse à solicitação da CPI, inclusive feita por grande parte da base aliada, a comissão teria muito o que dizer ao Brasil. Mas ele tem o que esconder - atacou Efraim.

Na reunião, até senadores petistas como Eduardo Suplicy (SP) e Tião Viana (AC) pediram que Okamotto desse acesso aos dados. Vice-líder do governo, Tião explicou depois que acredita que o petista deve fornecer os dados no momento adequado:

- Ele não quer abrir o sigilo dele como bandido. Vai fazer isso na hora certa. Não tem de fazer o jogo de ninguém.