Título: DÓLAR FECHA EM QUEDA PELO QUARTO DIA SEGUIDO
Autor: Patricia Eloy
Fonte: O Globo, 05/04/2006, Economia, p. 25

A venda de dólares por exportadores e tesourarias dos bancos garantiu que ontem a moeda americana encerrasse os negócios em queda pelo quarto dia consecutivo. Um novo leilão de compra de dólares pelo Banco Central (BC) desacelerou o ritmo de desvalorização da moeda, que chegou a valer R$2,121 na mínima do dia. No fim dos negócios, o dólar recuou 0,19%, cotado a R$2,136 para venda. Nos últimos quatro dias, a queda acumulada frente ao real é de 3,52%.

O resultado da produção industrial, acima das expectativas, também ajudou, pois animou os investidores. O dado, divulgado ontem pelo IBGE, mostrou crescimento de 1,2% em fevereiro, ante um recuo de 1,3% em janeiro. Com a economia crescendo, mais dólares devem continuar entrando no país, acreditam analistas.

- O fluxo positivo de recursos voltou a prevalecer no mercado, passada a crise política deflagrada pela saída de Antonio Palocci e pela entrada de Guido Mantega no Ministério da Fazenda. Com isso, tem sobrado dinheiro no mercado e, não fosse uma nova atuação do Banco Central, a moeda poderia ter caído ainda mais - avalia João Medeiros, diretor de câmbio da Pioneer Corretora.

O BC anunciou o leilão no fim da tarde, próximo ao encerramento dos negócios, quando o volume de operações era menor, o que potencializou o efeito da compra de dólares. A autoridade monetária adquiriu moeda a R$2,133 e aceitou o dobro de propostas da véspera: 12, contra apenas seis segunda-feira.

A expansão da produção industrial fez o risco-Brasil cair fortemente durante o dia - para 230 pontos centesimais, um recuo de 2,54% - e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a superar os 39 mil pontos, numa alta de cerca de 1%. No fim do dia, porém, o risco reduziu a queda para 1,27%, marcando 233 pontos centesimais. Já a Bolsa fechou em alta de 0,22%, aos 38.802 pontos, o quinto pregão consecutivo de valorização. O Global 40, título brasileiro mais negociado no exterior, subiu 0,12% ontem, cotado a 128,58% do valor de face.