Título: ADVOGADO DOS MALUF, AGORA COM O PT
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Fonte: O Globo, 06/04/2006, O País, p. 12

Batochio conseguiu o hábeas-corpus que livrou ex-prefeito e o filho da prisão

SÃO PAULO. O último cliente famoso do criminalista José Roberto Batochio, de 61 anos, que assumiu o caso do ex-ministro Antonio Palocci, foi Flávio, filho do ex-prefeito Paulo Maluf. Os Maluf ficaram 40 dias presos, acusados de coagir uma testemunha. Batochio conseguiu o hábeas-corpus que livrou os Maluf da prisão. O criminalista também foi advogado do ex-ministro Sérgio Motta, morto em 1998. Formado advogado em 1967, na Universidade Mackenzie, ele se especializou em Direito e processo penal na Universidade de São Paulo (USP).

Batochio foi presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e membro da Comissão de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, entre 93 e 94. Tem vasto perfil político. Foi deputado pelo PDT, de 1999 a 2002, e pode se candidatar de novo este ano pelo partido.

¿ Ainda estou avaliando, não sei se vou me candidatar¿ disse Batochio.

O advogado também foi presidente do PDT paulista. Ele conta que começou a se interessar por política nos grêmios estudantis. Em 1968, a revista ¿O Cruzeiro¿ listou Batochio como membro do Comando de Caça aos Comunistas (CCC), grupo que colaborava com a ditadura.

¿Não é verdade que fui do CCC. Quando houve o conflito de 1968, eu já nem estudava mais, estava formado há um ano. Não sei porque me colocaram naquela lista ¿ disse o advogado, referindo-se ao ataque histórico do CCC na Rua Maria Antonia, em São Paulo.

Batochio no momento tem se ocupado também da leitura de ¿A Volta do Poderoso Chefão¿. Conhecido como criminalista competente, mas de pavio curto, anteontem Batochio ficou irritado com os jornalistas que tiveram de esperá-lo quase cinco horas por uma entrevista sobre o depoimento de Palocci, num hotel de Brasília. Alguns jornalistas suspeitaram que ele teria feito uma manobra para tirá-los do plantão diante da casa do ministro, que prestava depoimento ao delegado federal Rodrigo Carneiro Gomes.

Segundo Batochio, a coletiva foi marcada para 17h30m, porque o delegado só chegou à casa do ministro às 17h, e o depoimento só foi encerrado às 20h45m, o que teria provocado o atraso. Para o criminalista, a inocência de Palocci está muito clara, com relação a todas as acusações, inclusive do Ministério Público Estadual, em Ribeirão Preto. (Soraya Aggege)