Título: BANCO MUNDIAL VÊ ENTRAVES À COMPETITIVIDADE
Autor: Luciana Rodrigues
Fonte: O Globo, 07/04/2006, Economia, p. 29

Região deve investir em infra-estrutura e educação, diz Bird

SÃO PAULO. A infra-estrutura deficiente, um ambiente de negócios pouco atrativo aos investimentos e o baixo nível de instrução da população estão minando a competitividade dos países da América Latina, na avaliação dos participantes do Fórum Econômico Mundial. No caso do Brasil, a lista de problemas é acrescida pela elevada carga tributária.

Anthony Wayne, secretário-assistente para Assuntos de Economia e Negócios dos Estados Unidos, destacou que, na América Latina, a média de anos de estudo da população em 2000 era de seis anos, metade ¿ ou em alguns casos um terço ¿ do nível de instrução dos países ricos.

Wayne citou estudo do Banco Mundial (Bird) que mostra que, se a América Latina investisse em infra-estrutura o mesmo montante que a Coréia do Sul, teria um crescimento entre 1,4 e 1,8 ponto percentual maior e reduziria em 10% a 20% a desigualdade de renda.

O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga frisou que o Brasil aparece em 119º lugar, entre 155 países, num ranking do Bird sobre ambiente de negócios, que inclui acesso a crédito e processos burocráticos. Ele citou ainda a política fiscal:

¿ Há consenso no Brasil de que o gasto público não pode crescer a taxas de quase dois dígitos por ano como na última década. A carga tributária com isso subiu enormemente, o que dificulta a economia produtiva e tem impacto nos juros.