Título: GREENPEACE: SOJA DESMATA AMAZÔNIA
Autor: Fernando Duarte
Fonte: O Globo, 07/04/2006, O Mundo, p. 50

Empresas internacionais são acusadas de contribuírem ao consumirem produto

LONDRES. O Greenpeace divulgou ontem um estudo em que acusa uma série de empresas internacionais, incluindo a rede de lanchonetes McDonald¿s, de contribuírem para o desmatamento ilegal da Amazônia por causa do consumo da soja brasileira proveniente da região. Segundo a organização ambientalista, um minucioso rastreamento contou com análise de imagens de satélite e monitoramento no local. Supermercados britânicos foram acusados de utilizarem a soja amazônica como alimento nas rações servidas para animais de fazenda.

O estudo, porém, concentra suas críticas em gigantes do ramo agropecuário, como a multinacional Cargill, que o Greenpeace afirma ter construído até mesmo um porto na Amazônia para facilitar o escoamento da produção de soja. A organização também acusa a empresa de fornecer sementes e agrotóxicos para produtores da região como incentivo para o desmatamento, que o Greenpeace diz ter se concentrado na região de Santarém e, de acordo com seus cálculos, seria da ordem de 28 mil hectares por ano. A organização alega também que o trabalho escravo no cultivo da soja é comum.

A conexão com o McDonald¿s vem do fato de que a rede compra regularmente galinhas da fazenda de Sun Valley, na região central da Inglaterra e pertencente à Cargill.

O McDonald¿s afirmou que vai investigar as acusações e reafirmou seu compromisso de proteção ambiental. A Cargill alegou que suas atividades na Amazônia têm o objetivo de promover o cultivo sustentável da soja e que a empresa atua como facilitadora para o acesso do produto ao mercado internacional.