Título: FGV: IDOSOS HOJE VIVEM MAIS E MELHOR
Autor:
Fonte: O Globo, 08/04/2006, O País, p. 4

Brasileiros acima de 60 anos se consideram melhor do que no passado

Os idosos brasileiros não estão apenas vivendo mais, como indicam recentes estudos demográficos, mas também melhor. A Fundação Getulio Vargas, ao lançar ontem, no Rio, a pesquisa ¿Fonte da juventude¿, mostrou que a população acima dos 60 anos, especialmente nos segmentos mais pobres, reduziu a sua necessidade de cuidados com a saúde entre 1998 e 2003.

O estudo, coordenado pelo economista Marcelo Néri, analisou a saúde dos idosos antes e depois da criação de programas de transferência de renda. Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), o trabalho partiu do fenômeno de que a renda familiar per capita subiu 43% para pessoas acima de 60 anos entre 1991 e 2003.

Nos últimos anos, os idosos brasileiros se tornaram os principais provedores de renda familiar, razão pela qual passaram a ter uma importância maior na família.

De acordo com a pesquisa da FGV, cerca de 45% das pessoas de 61 a 65 anos considerava o seu estado de saúde bom ou muito bom em 1998. Em 2003, esse mesmo grupo, já na faixa de 66 a 70 anos, manteve praticamente o mesmo percentual, 44%. O valor é quanto pontos percentuais superior a população na faixa etária de 66 a 70 anos em 1998, quando a proporção de avaliações positivas era de 40%.

População de acamados também sofre redução

O estudo constatou, em 2003, queda da população de acamados entre as pessoas de idade avançada. Em 1998, 7,4% dos brasileiros entre os de 61 a 65 anos estavam acamados. Porém, ao chegar em 2003, quando tinham de 66 a 70 anos, o contingente de acamados foi inferior a 7,02%.

Para os pesquisadores, isso sugere eficácia dos programas de reabilitação ou mesmo a redução de novos casos. A proporção de acesso a planos de saúde também cresceu para a faixa de 61 a 64 anos. Em 1998, a posse do seguro era de 27,7%. Subiu para 29,4% cinco anos depois.