Título: NA PONTA DO GASODUTO, SUL CORTA EM REFINARIA
Autor: Patricia Duarte, Cássia Almeida e Flávio Freire
Fonte: O Globo, 10/04/2006, Economia, p. 14

Copesul, do pólo petroquímico gaúcho, também será afetada

PORTO ALEGRE. O Rio Grande do Sul, na ponta do gasoduto que vem da Bolívia, inicia amanhã um contingenciamento que reduzirá o abastecimento do estado em 750 mil metros cúbicos diários, mas sem afetar o setor industrial. O corte no fornecimento atingirá basicamente dois grandes consumidores: a Petrobras, com a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) e a termelétrica Termo Canoas, na Grande Porto Alegre; e a Copesul, no Pólo Petroquímico de Triunfo, também na região metropolitana.

¿ Não haverá maiores problemas porque tanto a refinaria quanto a Copesul têm fontes alternativas. Acreditamos que o problema não demorará mais do que dez dias, porque se deve unicamente ao acidente ocorrido na Bolívia ¿ disse ontem o secretário de Minas, Energia e Comunicações do Rio Grande do Sul, José Carlos Brack.

O estado recebia, antes do problema na Bolívia, 1,2 milhão de metros cúbicos diários para distribuição pela Sulgás e mais 1,1 milhão de metros cúbicos diários para a Termo Canoas. A rede da Sulgás abastece 75 indústrias na Serra Gaúcha e na região metropolitana, entre as quais a Refap, cujo fornecimento será reduzido de 1,1 milhão para 550 mil metros cúbicos; e a Copesul, que deixará de receber apenas os 200 mil metros cúbicos diários que não estão abrangidos por contratos. Ela continuará recebendo 320 mil metros cúbicos diários.

O consumo de GNV, segundo Edsilson Brum, presidente da Sulgás, não sofrerá qualquer prejuízo:

¿ Temos 27 postos que atendem a mais de 30 mil veículos e esses não terão qualquer dificuldade no fornecimento de gás.

O Rio Grande do Sul, diz Brum, precisa de novas opções de fornecimento. Uma, explica, seria o gasoduto Argentina-Brasil, concebido inicialmente para receber gás do país vizinho, mas que, segundo novos estudos, poderia ser abastecido por um segundo gasoduto que levaria gás da Bolívia para a Argentina e, de lá, para o Rio Grande do Sul.