Título: COMISSÃO ANALISA PEDIDOS E EXIGE ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA
Autor: Vera Araujo
Fonte: O Globo, 09/04/2006, Rio, p. 17

A Comissão Estadual Judiciária de Adoção do Estado do Rio de Janeiro (Ceja) começou a funcionar em 1996, seguindo a Convenção de Haia, que trata da proteção das crianças e da cooperação em matéria internacional. A Ceja tem o objetivo de fazer o estudo e a análise dos pedidos de adoção formulados pelos estrangeiros, que já iniciam o processo de adoção em seus países de origem. Caso toda a documentação esteja correta, o casal é habilitado e a crianças procuradas pela equipe técnica da comissão.

Escolhido o candidato à adoção, a família é convidada a passar por um estágio de convivência com a criança, por até dois meses, enquanto o processo segue no Juizado da Infância e Juventude, com a destituição do poder familiar dos pais.

Para a secretária executiva da Ceja, Miriam Ribas, a adoção internacional é a solução para as crianças com idade mais avançada, oriundas da violência do tráfico:

¿ O Judiciário não pode ficar na expectativa de que os governos vão solucionar o problema das crianças abandonadas nos abrigos ou nas ruas. Se a família biológica não tem condições de dar o que uma criança precisa, a resposta pode estar na adoção ¿ diz ela.

A assistente social Marcele Santos constata que as mães são sempre mais cobradas do que os pais:

¿ A gente sempre cobra o amor da mãe. Na maioria das vezes, não é um ato de desamor pôr um filho na adoção. Às vezes, é a única saída.

Além de italianos e franceses, já adotaram crianças brasileiras suíços, espanhóis, americanos, portugueses, alemães e outros.