Título: CONSELHO ENVIA RELATÓRIOS A PROCURADORES
Autor: Maria Lima e Evandro Éboli
Fonte: O Globo, 12/04/2006, O PAÍS, p. 10

Cinco parlamentares oficializam renúncia em protesto contra absolvições

BRASÍLIA. Numa reação às seguidas rejeições de seus pareceres pela cassação no plenário da Câmara, o Conselho de Ética decidiu enviar os relatórios dos processos de perda de mandato de parlamentares para a Procuradoria Geral da República. A decisão foi anunciada ontem pelo presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP). Para Izar, se as investigações dos relatores não foram suficientes para convencer a maioria dos deputados, será bastante útil para os procuradores. ¿ Os trabalhos foram muito bem feitos. A prova disso é que o próprio procurador-geral (Antônio Fernando de Souza) elogiou nossos trabalhos na denúncia que apresentou contra os mensaleiros ¿ disse Izar. Antônio Fernando deixou de fora de sua denúncia três parlamentares que ainda respondem a processo por quebra de decoro na Câmara. São eles José Mentor (PT-SP) e Josias Gomes (PT-BA), condenados pelo Conselho mas que ainda não foram julgados no plenário, e Vadão Gomes (PL-SP), que ainda será julgado pelo Conselho de Ética. Apenas um deputado já absolvido pelo plenário, Wanderval Santos (PL-SP), não foi incluído na denúncia do procurador.

Cinco deixam o Conselho de Ética

Os pareceres com esses casos serão enviados ao Ministério Público. No caso de Mentor, que teve no Conselho um parecer contra sua cassação e outro a favor, que foi o vencedor, Izar deverá enviar as duas conclusões para o procurador. Cinco integrantes do Conselho de Ética oficializaram ontem, na Mesa da Câmara, seu desligamento do colegiado. São eles: Chico Alencar (PSOL-RJ), Julio Delgado (PSB-MG), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Benedito de Lira (PP-AL) e Cezar Schirmer (PMDB-RS). Orlando Fantazzini (PSOL-SP) já havia se desligado. Os parlamentares se reuniram com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, e entregaram um documento pedindo que ponha em votação a proposta de emenda constitucional (PEC) que acaba com o voto secreto. Segundo Chico Alencar, Aldo Rebelo assumiu a causa e prometeu botar a PEC em votação no plenário até o fim do maio. Chico Alencar disse que somente uma reação muito forte das lideranças poderia adiar a votação.