Título: EM TERESINA, RIO POTI INVADE AS CASAS
Autor: Ismael Machado
Fonte: O Globo, 17/04/2006, O PAÍS, p. 5

Segundo Corpo de Bombeiros, pelo menos 150 famílias estão sem abrigo

TERESINA. As águas do rio Poti, em Teresina, subiram ontem, segundo o Posto de Observação do 2º Batalhão de Engenharia e Construção do Exército. O prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (PSDB), e o comandante do Corpo de Bombeiros e secretário-executivo da Defesa Civil do Piauí, coronel Francisco Barbosa, determinaram que as duas instituições ficassem em estado de alerta e começaram a retirar as famílias de áreas mais atingidas pelas águas.

Para prefeito, solução é fazer obras contra enchentes

Teresina é cercada por dois rios o Parnaíba e o Poti, em cujas margens ficam grande parte dos bairros da zona norte da cidade. O prefeito recebeu informações de que em virtude das chuvas ocorridas no Ceará, onde nasce o Poti, houve aumento do volume das águas, que chegaram a Teresina no início da tarde de ontem. Em Vila Alagoinha, por exemplo, uma das áreas mais atingidas, o sargento da Polícia Militar Francisco Oliveira Pereira da Silva pela manhã ainda tinha esperança de manter os móveis em casa. Mas no final da tarde as águas entraram e foi obrigado a sair. ¿ Minha mulher está chorando, mas tentei acalmá-la lembrando que quem mora próximo de lagoas e rios corre esse risco ¿ disse o sargento. Segundo o Corpo de Bombeiros e e associações de moradores, cerca de 150 famílias estão desabrigadas. De acordo com o prefeito, estão alagadas as casas de 79 famílias em Teresina. As águas do Poti começaram a entrar nas casas de Vila Alagoinha às 6h de ontem. No final da tarde haviam sido retiradas 34 famílias. Na Vila Mocambinho, 20 famílias ficaram desabrigadas. As águas também tomaram casas de classe média baixa e o movimento de famílias levando móveis, utensílios domésticos e roupas das residências alagadas para áreas secas foi grande. Para Sílvio Mendes, a situação só deve ser resolvida com obras contra as enchentes e saneamento das lagoas da zona norte de Teresina. No Mafrense II, bairro da zona norte, as águas da lagoa estão entrando nas casas e os moradores se abrigam nas residências vizinhas, também ameaçadas. As crianças brincam na água que invadiu as casas apesar de boiarem ratos mortos, detritos e da existência de fossas abertas no local.