Título: O BRASIL NA ROTA DA UNIVERSIDADE
Autor: Helena Celestino
Fonte: O Globo, 16/04/2006, O MUNDO, p. 32

Até hoje, 1.035 brasileiros já estudaram no campus de Cambridge

CAMBRIDGE, Massachusetts. O Brasil entra formalmente no mapa de Harvard dia 1º de julho. Este é o dia marcado para a abertura de um escritório da universidade em São Paulo para incentivar estudantes a pesquisar mais sobre o Brasil e se tornar mais acessível a brasileiros com interesse em estudar ou trabalhar no campus de Cambridge. O movimento foi acompanhado da criação de um programa de estudos brasileiros no Centro David Rockefeller para Estudos Latino-Americanos de Harvard, sob o comando do professor Kenneth Maxwell, brasilianista de longa data. ¿ Vamos dar mais atenção às coisas brasileiras, contratar mais professores, fazer novos cursos, novos seminários ¿ diz Maxwell. A decisão de dar mais importância ao Brasil já estava tomada mas foi apressada depois que o empresário e ex-aluno Jorge Paulo Lemman deu um presente de US$6 milhões à universidade, o que ajudará a pagar os custos do escritório de São Paulo e a criar um fundo para financiar bolsas de brasileiros admitidos nos cursos de pós-graduação das Escolas de Educação, Saúde Pública e Ciência Política. ¿ É um esforço da universidade, partindo da constatação que o interesse pelo Brasil vem aumentando ¿ diz Jason Dyett, diretor do novo escritório que fala um bom português. Tudo isso, na verdade, é a formalização de uma relação antiquíssima que começou com uma visita de D. Pedro II a Harvard em 1876. De lá para cá, os registros da universidade mostram que 1.035 brasileiros já estudaram no campus de Cambridge e atualmente 64 estão matriculados nos cursos de pós-graduação, a maior parte deles na Business School. Mas Maxwell está surpreso com suas descobertas desde que começou um inventário para levantar, nas várias universidades, os trabalhos sobre Brasil e brasileiros trabalhando por lá: ¿ Estou impressionadíssimo. Na área de antropologia há 50 a 60 pessoas trabalhando sobre o Brasil. Descobri que o diretor da Escola de Medicina, Peter Koch Wesser, é um brasileiro do Paraná, sobrinho do ex-presidente do Banco Central alemão Caio Koch Weiser. (Helena Celestino)