Título: APÓS TRÊS DIAS DE QUEDA, DÓLAR SOBE 0,28%
Autor: Patricia Duarte
Fonte: O Globo, 21/04/2006, Economia, p. 29

Moeda fecha a R$2,121. Alta do petróleo e feriado influenciaram o mercado

A forte alta, durante o dia, nas cotações do barril de petróleo (que chegou a valer mais de US$74), o feriado prolongado e os temores em relação às ameaças dos EUA ao Irã, por causa de seu programa nuclear, aumentaram a cautela entre os investidores, o que levou a uma correção nos preços dos ativos brasileiros. Após três dias em queda, o dólar subiu 0,28% ontem, cotado a R$2,121 para venda. Na mínima do dia, a moeda chegou a valer R$2,117. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em baixa de 0,41%, depois de bater dois recordes consecutivos de pontuação. Já o risco-Brasil subiu 0,44%, para 226 pontos centesimais.

A Bovespa divulgou ontem um balanço do desempenho dos 15 setores mais representativos na Bolsa. O setor de construção e engenharia encerrou o primeiro trimestre deste ano com o maior ganho em toda a Bolsa: 50,6%. Em segundo lugar, ficou o segmento de energia elétrica, com valorização de 46,9%. Já o setor financeiro registrou o maior valor de mercado: R$290,9 bilhões. O maior número de negócios foi concentrado no setor de telecomunicações (422.867 operações) e o maior volume financeiro, no setor de petróleo e gás.

O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) ficou em -0,50% no segundo decêndio de abril, frente a -0,10% em período equivalente do mês anterior. Com este resultado, a taxa acumulada em 12 meses foi para -1%, mais um novo recorde deflação entre os que vêm sendo divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Como o IGP-M é indexador de tarifas de energia elétrica e dos aluguéis residenciais, o consumidor deverá sentir no bolso o impacto de sua desaceleração.

¿ A conta de energia não vai diminuir, até porque o índice é um dos componentes da fórmula de cálculo, mas certamente terá reajustes menores do que os do ano passado ¿ afirma o coordenador de Análises de Preços da FGV, Salomão Quadros