Título: MPF PEDE ABERTURA DE INQUÉRITO POLICIAL
Autor:
Fonte: O Globo, 26/04/2006, O País, p. 4

Fase de pré-campanha, sem legislação específica, dificulta investigação

O Ministério Público Federal requisitou à Polícia Federal a abertura de um inquérito policial para investigar as empresas que doaram recursos à pré-campanha do ex-governador Anthony Garotinho pelo PMDB. O crime que será investigado pela Polícia Federal é de falsidade ideológica.

Desde domingo, O GLOBO vem mostrando que quatro empresas doadoras ¿ Virtual Line (R$50 mil), Inconsul Informática e Consultoria de Projetos (R$150 mil), Emprin Empresa de Projetos de Informática (R$200 mil) e Teldata Telecomunicações e Sistema (R$250 mil) ¿ apresentaram endereços falsos.

Os procuradores querem que a Polícia Federal investigue se essas empresas que fizeram doações para Garotinho cometeram crime de falsidade ideológica, mas esbarram nas brechas da lei, pois pré-campanha não tem punição prevista, ao contrário do que acontece durante o período eleitoral.

O partido diz já ter feito despesas de cerca de R$723 mil na pré-campanha e, para comprovar a origem de pelo menos parte do dinheiro, afirma ter arrecadado R$650 mil.

Os procuradores federais se basearam também em matéria publicada ontem pela ¿Folha de S.Paulo¿ que mostrou que um dos sócios da Virtual Line é José Onésio Rodrigues Ferreira, assaltante que cumpre pena no complexo penitenciário de Bangu.

O GLOBO mostrou que as quatro empresas que o PMDB diz terem doado R$650 mil para a campanha do pré-candidato Anthony Garotinho não prestam serviço ou não funcionam nos endereços que forneceram.