Título: GAROTINHO DIZ QUE APÓIA APURAÇÃO
Autor:
Fonte: O Globo, 26/04/2006, O País, p. 8

Contador afirma que não sabia que um dos sócios de empresa estava preso

O ex-governador Anthony Garotinho, em nota, afirmou ontem que apoiou o pedido de investigação feito pelo Ministério Público Federal à Política Federal para investigar as doações à sua pré-campanha. ¿Eu acho bom. Tudo aquilo que vier para esclarecer a verdade deve ser feito. Quem não deve, não teme¿, afirmou.

Contador das três empresas que doaram recursos para a pré-campanha e têm sede no Rio, Renato Ferreira Alves afirmou que descobriu que José Onésio, sócio da Virtual Line, está preso ao fazer a alteração contratual da empresa, em março. Ele afirmou que os nomes de Onésio e de Sarajane Aparecida Luz Costa, ex-mulher do preso, foram apresentados a ele por um cliente:

¿ Quando a gente foi fazer a alteração, descobriu que ele estava preso. O registro foi no começo de abril, mas fizemos a alteração no começo de março. Nunca vi os dois. A pessoa pediu pra eu abrir a empresa. E me deu o nome delas.

O contador informou ainda que a empresa ¿ficou parada¿ no período em que Onésio e Sarajane eram os proprietários. Renato contou que foi procurado por Luiz Antonio Motta, que queria comprar uma empresa e então ofereceu ao empresário a Virtual Line, que pertencia ao casal.

¿ Seria mais rápido porque eu já tinha a empresa. Aí, depois, tive a grata surpresa de descobrir que ele era de um presidiário ¿ ironizou o contador, que voltou a afirmar que não tinha conhecimento das doações.

O diretor-presidente da Infocrerj, Celso Arantes, disse que a cooperativa, que fez o depósito em nome da Virtual Line, funcionou apenas como um banco. Como tem conta no Banco do Brasil, fez a operação de transferência dos recursos doados.

¿ Lamento que aconteçam episódios como esse ¿ disse Celso Arantes.

Ele afirmou ainda que a Virtual Line, pelos registros da Infocrerj, está em dia com o pagamento de impostos e que a empresa ¿opera muito via internet e via fax¿.