Título: INQUÉRITO SOBRE CASEIRO É DISTRIBUÍDO
Autor: Gerson Camarotti e Flávio freire
Fonte: O Globo, 26/04/2006, O País, p. 11

Ministério, Caixa e Senado decidirão sobre sindicância no caso de Francenildo

BRASÍLIA. A Polícia Federal enviou cópias do relatório do inquérito sobre a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa ao Ministério da Justiça, à Caixa Econômica Federal e ao Senado. O delegado Rodrigo Carneiro Gomes entregou cópia ao diretor da PF, Paulo Lacerda. Cada instituição decidirá se abre sindicância administrativa contra funcionários citados na investigação.

No relatório, enviado à Justiça Federal na quarta-feira passada, Gomes citou o chefe de gabinete do Ministério da Justiça, Cláudio Alencar, e o secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg. Eles se reuniram com o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci nos dias 16 e 17, quando o sigilo bancário de Francenildo foi violado.

Gomes: ¿MP até agora não foi buscar os autos¿

O delegado cita os nomes de Sueli Aparecida Mascarenhas, Jeter Ribeiro Souza e Ricardo Schuman, funcionários da Caixa envolvidos na operação. Eles não foram indiciados porque, para a PF, agiram em nome do então presidente da Caixa, Jorge Mattoso. Os três foram inocentados numa sindicância da Caixa.

Gomes mencionou os delegados Zulmar Pimentel e Wilson Damázio. Diretor-executivo da PF, Pimentel foi procurado por Alencar que, a pedido de Palocci, perguntou se a PF poderia investigar o caseiro por lavagem de dinheiro. Pimentel disse que não. Damázio foi citado porque recebeu Francenildo no dia 16, quando o caseiro pleiteava a adesão ao serviço de proteção a testemunhas da PF.

O delegado mencionou o nome do senador Tião Viana (PT-AC), que teria avisado Palocci sobre os rumores que circulavam no Congresso sobre uma suposta compra do depoimento do caseiro na CPI. Gomes voltou a reclamar da atuação do Ministério Público no caso:

¿ A PF entregou o relatório à Justiça Federal na quarta-feira e até agora o Ministério Público não foi buscar os autos.

O procurador da República Gustavo Pessanha Velloso disse que está aguardando a liberação dos documentos pela Justiça Federal. A Justiça informa que despachou os papéis segunda-feira para o Ministério Público.