Título: ESTRANGEIRO PODE FAZER ETANOL NO BRASIL
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Fonte: O Globo, 26/04/2006, Economia, p. 23

Governo vai permitir investimento de outros países, informou Rodrigues

WASHINGTON. Além de procurar fazer com que o etanol seja um dos principais itens da pauta de exportações e de vender a tecnologia de sua produção ao exterior, o governo brasileiro está disposto a permitir que os países cujos climas não sejam adequados para a produção de cana-de-açúcar venham a produzir etanol no território brasileiro ¿ tanto para o consumo naquelas nações como para o uso interno no Brasil.

A informação foi dada ao GLOBO ontem pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, ao fim de sua participação no seminário ¿A experiência do Brasil com o etanol e a possibilidade de sua transferência¿, promovido pelo Banco Mundial (Bird) em conjunto com o Conselho Empresarial Brasil-EUA.

¿ Empresas estrangeiras que queiram produzir etanol no Brasil são bem-vindas. Essa será uma nova fonte de investimentos diretos e de criação de empregos. Elas não poderão ser donas de terras, mas sim investir no cultivo e também na industrialização, nas usinas de etanol ¿ disse Rodrigues.

Pouco antes, ele dissera à platéia que o Brasil não fazia questão de ser o único produtor de etanol no mundo, mas de difundir seu consumo e a tecnologia para a produção. A venda de equipamentos fabricando no país, e utilizados em todo o ciclo, também faz parte do plano.

Rodrigues contou que toda semana recebe ministros, embaixadores ou investidores de outros países interessados em importar ou produzir etanol:

¿ A exportação a outros países também terá como conseqüência uma maior venda de veículos flexfuel fabricados no Brasil, onde já temos 31 modelos circulando.

Robert Dixon, da Divisão de Política da Tecnologia de Energia, da Agência Internacional de Energia, disse que muitos países poderiam se beneficiar da experiência brasileira, importando tecnologia. Todd Johnson, do Bird, disse que o Brasil deverá continuar levando grande vantagem na relação custo-benefício, pois sua produção é a mais barata do mundo.