Título: CRIAÇÃO DE VAGAS COM CARTEIRA CAI 25%
Autor: Cássia Almeida e Flávia Oliveira
Fonte: O Globo, 27/04/2006, Economia, p. 23

Em março foram abertos 76,4 mil empregos e ministro vê avanço gradual

BRASÍLIA. O ritmo de criação de empregos formais arrefeceu em março. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, 76.455 postos com carteira assinada foram abertos no mês passado. O número é 25,7% inferior ao registrado em março de 2005 (102.965 postos) e menos da metade do apurado em fevereiro deste ano (176.632). O governo, entretanto, não se preocupa com essa desaceleração:

¿ Temos que olhar o trimestre. Tivemos a criação de 339.703 ocupações formais, muito próximo do registrado em 2004, quando foram criados 347.392 empregos e obtivemos recorde. Existe a tendência de crescimento gradual do emprego em relação ao ano passado ¿ afirmou o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

Ele lembrou que o relativo fraco resultado de março foi compensado pelos fortes números de fevereiro, o que significa que neste ano houve antecipação de contratação ou adiamento de demissões.

Marinho disse ainda que o setor que mais se destacou em março foi o da construção civil: mais 41.440 vagas, o melhor resultado para o período desde o início da série histórica do Caged.

¿ Parte deste bom resultado é decorrente do pacote de incentivo à construção civil, que o governo anunciou em fevereiro ¿ afirmou.

O ministro também comemorou o aumento de 6.675 empregos na agricultura, mesmo com demissões nos estados de Santa Catarina (6.153 postos) e Rio Grande do Sul (4.361 postos), causados por motivos sazonais, segundo Marinho.

Marinho prevê 8,8 milhões de vagas no governo Lula

O ministro do Trabalho manteve a expectativa de que seja criado de 1,35 milhão a 1,4 milhão de empregos formais neste ano, o que seria o segundo melhor resultado do governo Lula. Ficaria atrás de 2004, quando foram geradas 1,523 milhão de vagas, mas seria melhor que o do ano passado, quando o Caged apontou a criação de 1,254 milhão de postos.

O ministro voltou a afirmar que os resultados deste governo são melhores que os dos últimos três mandatos presidenciais e que, somando-se vagas formais e informais, serão criados cerca de 8,8 milhões de empregos no governo Lula. Ele negou mais uma vez, entretanto, a promessa de dez milhões feita pelo presidente na campanha de 2002.

¿ Nunca houve essa meta ou essa promessa. O que afirmamos é que o Brasil precisava deste número de empregos e chegaremos perto dele, com boa parte desses empregos sendo criada com carteira assinada ¿ afirmou