Título: UMA TROPA CRIADA PARA SALVAR VIDAS
Autor: Mauro Ventura
Fonte: O Globo, 28/04/2006, Rio, p. 16

Idéia nasceu após operação malsucedida para resgatar reféns em presídio

Em 18 de janeiro de 1978 nascia o Núcleo de Operações Especiais da Polícia Militar (Nucoe). Uma iniciativa do coronel da PM Paulo Cesar Amêndola de Souza, com o apoio do então comandante-geral da corporação, coronel do Exército Mário José Sotero de Menezes, que tinha por objetivo a criação de uma pequena elite policial especializada em resgate de reféns. A idéia surgiu após uma frustrada operação de resgate, durante uma tentativa de fuga no Instituto Penal Evaristo de Morais, em São Cristóvão, em que morreram não só os quatro presos rebelados, mas também o diretor do presídio, major da PM Darci Bittencourt, e outros dois reféns.

A primeira grande ação do novo núcleo aconteceu em 1979, durante uma rebelião de presos no Complexo da Frei Caneca, que culminou com a morte de 12 pessoas. Em 1980, cinco homens do Nucoe mataram o assaltante José Jorge Santana, pondo fim ao mais longo tiroteio da história do Rio: refugiado no Conjunto dos Bancários, na Ilha do Governador, Santana passou dez horas enfrentando a polícia.

O sucesso do Nucoe levou o governo a criar, em 1982, a Companhia de Operações Especiais (COE), ampliando o efetivo policial. Só em 1991 a tropa conquistou o status de Batalhão de Operação Especiais. A fama de incorruptível foi ganha em 1994, durante a invasão da fortaleza do bicheiro Castor de Andrade. Acostumado a corromper policiais, Castor perguntou a seus comandados: "Mas que polícia é essa?" Era o Bope.