Título: TURISTAS AMERICANOS ACUSAM PMS DE EXTORSÃO
Autor: Natanel Damasceno
Fonte: O Globo, 28/04/2006, Rio, p. 24

Policiais teriam exigido dinheiro para liberá-los de suposto flagrante de porte de drogas no calçadão de Copacabana

Dois turistas americanos denunciaram ontem à noite dois policiais militares por extorsão. O crime, segundo os turistas, aconteceu na tarde de ontem, em Copacabana. Segundo os americanos, que chegaram ontem de Miami, os dois PMs ¿ um homem e uma mulher ¿ que agiam em parceria com outras duas pessoas, exigiram dinheiro para liberá-los de um falso flagrante de porte de drogas.

A extorsão teria ocorrido por volta das 15h, quando os americanos passeavam pelo calçadão de Copacabana, na altura do Hotel Rio Othon Palace. Os PMs acusados prestaram depoimento na Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), no Leblon, no fim da noite.

Os turistas contaram na delegacia que foram abordados por dois homens, que lhes entregaram panfletos contendo informações sobre como contratar prostitutas no Rio. Os americanos alegaram que puseram os papéis nos bolsos sem saber exatamente do que se tratava. Nesse momento, segundo contaram, foram, juntamente com os dois homens que lhes entregaram os panfletos, detidos pelos policiais militares, que surgiram de repente, levando-os para uma patrulha.

Panfletos sobre prostituição conteriam droga

Dentro do veículo, ainda de acordo com o depoimento dos turistas, eles abriram os panfletos que estavam dobrados e perceberam que havia dentro deles uma espécie de erva, que não souberam identificar. Em seguida, foram incentivados pelos outros dois detidos a darem dinheiro aos policiais em troca de sua liberação. Os policiais teriam levado deles R$250 e US$100 e deixado os turistas no hotel para que pegassem mais dinheiro. No entanto, os americanos procuraram a polícia para fazer a denúncia.

Policiais do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur) que trabalharam no turno da tarde em Copacabana estiveram na Deat no fim da noite para que as vítimas fizessem um reconhecimento. Segundo Leila Goulart, delegada-adjunta da Deat, o comandante do Bptur, tenente-coronel Ronaldo Menezes, comprometeu-se a enviar outro grupo de policiais que trabalha na mesma área, para que também fossem submetidos ao reconhecimento das vítimas.