Título: CNI AUMENTA PROJEÇÃO PARA ESTE ANO DE CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA E DO PIB
Autor: Regina Alvarez e Ronaldo D'Ercole
Fonte: O Globo, 28/04/2006, Economia, p. 30

Estimativa para economia vai a 3,7% com queda de juros e alta de renda

BRASÍLIA e SÃO PAULO. O comportamento da economia nos primeiros meses do ano, com expansão da demanda doméstica impulsionada pelo aumento da renda e queda dos juros, fez a Confederação Nacional da Indústria (CNI) aumentar sua estimativa para o crescimento do PIB em 2006. A previsão agora é um crescimento de 3,7%, contra 3,3% projetado no fim do ano passado. Para a indústria, a projeção subiu de 4,2% para 5%.

No Informe Conjuntural divulgado ontem, a CNI destaca que, diferentemente de anos anteriores, quando as exportações puxaram o crescimento, a expansão de 2006 está sendo sustentada pelo mercado interno. O consumo das famílias deve crescer 4,5%.

Para o economista Flávio Castelo Branco, gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, os juros mais baixos, as condições favoráveis do crédito e o aumento do emprego e da renda estão aumentando o consumo das famílias e estimulando o crescimento da economia. Entretanto, ele destaca que esse ritmo de expansão ainda é inferior à média de 6% prevista para os países emergentes.

A CNI também refez as contas da previsão de expansão de investimentos, que passou de 6,5% para 8,2%, em decorrência da queda da TJLP e a expectativa de estímulo da atividade industrial. Já as estimativas para o desempenho da balança comercial foram revistas para baixo. No fim de 2005, a estimativa era um saldo comercial de US$43,5 bilhões em 2006 e agora é de US$41 bilhões.

Nível da atividade industrial aumenta em São Paulo

O ritmo da produção da indústria paulista cresceu 8,6% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2005. De acordo com a Federação e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), o Indicador do Nível de Atividade (INA) industrial em março apresentou alta de 10,8% sobre fevereiro. Com ajuste sazonal, a alta do indicador em março foi de 1,1%.

Para o diretor da Fiesp Paulo Francini, embora o primeiro trimestre de 2005 represente uma base ruim de comparação, a evolução recente do INA, particularmente neste início de ano, já configura uma mudança de patamar no nível de atividade.

Nos três primeiros meses do ano, todos os indicadores da indústria paulista apresentaram incremento significativo sobre os números de 2005. As horas trabalhadas na produção aumentaram 8,1%, enquanto o total de salários reais pago aos trabalhadores do setor cresceu 12,4%. As vendas reais do setor subiram 22,6%.