Título: EUA VETAM VERBA PÚBLICA EM REELEIÇÃO
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Fonte: O Globo, 30/04/2006, O País, p. 8

WASHINGTON. Dinheiro para financiar uma campanha de releição não é, no geral, problema para um presidente dos Estados Unidos. Grandes corporações e lobistas costumam arcar com a maior parte das despesas. Dos cofres públicos não sai um centavo. A Comissão Federal Eleitoral (FEC, na sigla em inglês) mantém controle rígido sobre as despesas dos candidatos. Ela vigia especialmente para que não seja utilizado um tostão do Tesouro nacional para financiar uma reeleição.

Tudo é contabilizado. Por exemplo: quando usa o Air Force One, o avião da Casa Branca, para uma viagem em que fará comícios eleitorais, o presidente-candidato é obrigado a pagar pelo jato. Mesmo que tenha de ir a outro estado para um evento oficial, mas aproveite a viagem para fazer campanha, parte dos custos tem que ser reembolsados.

O preço é alto: uma hora de vôo do Air Force One, um Boeing 747 especial, custa US$40 mil. No preço está embutida a manutenção de um segundo avião idêntico, para ser usado caso o número um tenha problemas.

Se o presidente levar de carona alguém do seu comitê de campanha, cobra-se o valor de uma passagem de primeira classe. O próprio presidente tem de pagar as refeições feitas a bordo. E jornalistas que apanham carona precisam pagar sua passagem.

Bush é recordista em levantamento de fundos para campanhas. Na mais recente obteve US$262 milhões, a maior parte doada por corporações e lobistas. Como há teto de US$2 mil para contribuições individuais, empresas recolhem dinheiro de executivos e funcionários para formar o pacote doado. Várias pessoas funcionam como catalizadores de contribuições. Elas promovem eventos em que o candidato discursa ¿ e cujo ingresso chega a custar US$5 mil.