Título: GARÇOM APONTA CRIME POLÍTICO EM CAMPINAS
Autor: Maria Lima e Isabel Braga
Fonte: O Globo, 04/05/2006, O País, p. 10

BRASÍLIA. Uma testemunha da investigação do assassinato do prefeito de Campinas Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, disse ontem em depoimento secreto à CPI dos Bingos que foi vítima de uma operação abafa comandada por integrantes do PT para impedir que seu depoimento fosse tomado na Justiça. O garçom Anderson Ângelo Gonçalves, até então identificado apenas pelo codinome Jack, diz ter presenciado uma reunião numa casa de bingo de Campinas em que teria sido tramada a morte de Toninho, dias antes do crime, em setembro de 2001. A versão reforça a teste de crime político.

A testemunha pediu para depor alegando que vem sendo ameaçada, e pediu uma sessão fechada. Jack disse aos senadores que foi coagido, em 2002, por pessoas supostamente ligadas ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, então advogado da família de Toninho, entre elas um advogado de nome Sidney que prestaria serviço a Bastos.

O Ministério da Justiça informou que Thomaz Bastos foi procurado pela família de Toninho do PT e que, como advogado dela, solicitou que o Ministério Público ouvisse a testemunha. A sócia de Thomaz Bastos, Dora Cavalcanti, considerou o depoimento absurdo e levantou dúvidas sobre a sanidade mental da testemunha:

¿ Nossa atuação foi diametralmente oposta. Desde o primeiro momento em que ele (o garçom) procurou Roseana Garcia (viúva de Toninho), colocamos essa pessoa em contato com o MP. Todo o esforço da família foi no sentido contrário. Só posso imaginar que ele tenha algum distúrbio.

À época do crime, a polícia concluiu que Toninho foi morto porque atrapalhou uma fuga de criminosos A família insiste na tese do crime político.