Título: NOVO ACIDENTE DE CARRO NA SAGA DOS KENNEDY
Autor:
Fonte: O Globo, 06/05/2006, O Mundo, p. 41

Patrick, filho de Ted, interna-se numa clínica de reabilitação após bater em barreira de segurança do Capitólio

WASHINGTON. Controvérsias envolvendo um acidente de carro cercam novamente a família Kennedy, após o deputado Patrick ¿ filho do senador Ted e sobrinho do falecido presidente John ¿ bater numa barreira de segurança do Capitólio na madrugada de quinta-feira, num episódio mal explicado. Mais de 30 anos após seu pai ter as esperanças de chegar à Presidência cortadas por um acidente em que uma mulher morreu, Patrick veio a público ontem dizer que estava se internando numa clínica para tratamento de dependência em analgésicos.

¿ Tenho lutado contra essa doença crônica desde jovem ¿ disse o deputado, de 38 anos, ao anunciar que ia se internar ontem mesmo na Clínica Mayo, em Minnesota, acrescentando que deseja se reeleger em novembro. ¿ Preciso continuar na luta.

O anúncio veio depois de a polícia o acusar de cometer três infrações e em meio a suspeitas de que teria recebido tratamento especial.

De acordo com a polícia, o deputado democrata bateu com seu Ford Mustang numa barreira de segurança às 2h45m de quinta-feira. O relatório sugere que Patrick estava bêbado: sua capacidade para dirigir estava alterada, ele estava em alta velocidade, tinha os olhos avermelhados, a fala arrastada e não conseguia se equilibrar direito.

Policiais não puderam aplicar teste de sobriedade

Patrick contou, então, que estava retornando ao Capitólio de madrugada porque achava que teria uma votação. Ele disse que havia tomado Fenergan, para náusea, e Ambien, para dormir, prescritos pelo médico do Capitólio. E que os medicamentos o teriam deixado desorientado. Mais tarde, porém, admitiu:

¿ Simplesmente não me lembro de levantar da cama, ser retirado pelos policiais ou de eles lerem as infrações. Não é assim que quero viver minha vida.

O sindicato dos policiais reclamou que superiores não deixaram que os agentes fizessem uma investigação mais detalhada, o que incluiria teste de sobriedade. Mas o deputado negou que tivesse pedido tratamento privilegiado.