Título: GAROTINHO: ORGANISMO REAGE AO SORO CASEIRO E MÉDICO SUSPENDE INGESTÃO
Autor: Taís Mendes
Fonte: O Globo, 08/05/2006, O País, p. 8

Pré-candidato, 5,7 quilos mais magro, reafirma que disputará prévias

Em greve de fome há oito dias, Anthony Garotinho, pré-candidato do PMDB à Presidência, apresentou ontem intolerância ao soro caseiro que há dois dias vinha recebendo por via oral. Garotinho já perdeu 5,7 quilos. Segundo o boletim médico, ele está lúcido, com períodos alternados de sonolência e dores musculares. Foi suprimido temporariamente o reidratante oral devido à intolerância gástrica. O aparelho cardiovascular tem ritmo cardíaco normal, segundo o médico Abdu Neme Jorge Makhluf Neto, que o acompanha.

¿ Não sei até quando poderá agüentar, mas caso chegue a uma situação de risco, terei que intervir ¿ disse o médico.

Em entrevista à tarde, Garotinho disse que vai disputar as prévias do PMDB, marcadas para o dia 13 de maio, e que vai vencê-las. Também fez um apelo religioso e político:

¿ Garanto que todos os brasileiros que vivem honestamente compreendem minha indignação e sabem que essa minha greve de fome, ou jejum por tempo indeterminado, foi o último recurso para defender minha honra e a verdade.

Síndico proíbe acesso ao prédio onde fica o PMDB

Abdu Neme e outros que ontem de manhã tentaram ver Garotinho enfrentaram a resistência dos porteiros do prédio onde fica o diretório do PMDB, no Centro do Rio. Por ordem do síndico, a portaria foi fechada e ninguém estava autorizado a entrar. Durante a semana, proprietários e condôminos reclamaram do movimento, que estaria causando prejuízos e provocando pane nos elevadores. Deputados, assessores e correligionários passaram a manhã negociando com os porteiros.

O médico aguardou e foi autorizado a entrar. O candidato derrotado nas eleições de Campos Geraldo Pudim, o ex-secretário de Esporte e Lazer deputado Chiquinho da Mangueira, Álvaro Caetano, ex-presidente da Mangueira, e o prefeito de São Fidélis, David Loureiro, foram embora sem falar com Garotinho. Só às 15h correligionários e a imprensa puderam subir.