Título: PT NEGA PAGAR ADVOGADO FAMOSO PARA SILVIO
Autor: Tatiana Farah
Fonte: O Globo, 11/05/2006, O País, p. 4

Bandeira de Mello diz que será pago por família de ex-secretário; criminalista não recebeu honorários de R$300 mil

SÃO PAULO. O novo advogado de Silvio Pereira, Iberê Bandeira de Mello, afirmou ontem que será pago pela família do cliente e não pelo PT. Bandeira de Mello substituiu o criminalista Arnaldo Malheiros Filho, que segundo o partido foi contratado por R$300 mil e ainda não recebeu o dinheiro.

¿ O PT não tem responsabilidade sobre a contratação de Bandeira de Mello e o contrato com Malheiros acabou em setembro ¿ disse ontem o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira.

Contrato com Malheiros vigorou até setembro, diz PT

Segundo Ferreira, Malheiros foi contratado para defender Silvio e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares de julho a setembro do ano passado, durante a CPI dos Correios.

¿ Malheiros foi contratado quando os dois ainda eram dirigentes do partido.

Na tarde de ontem, o PT divulgou uma nota negando que tenha pago Malheiros até recentemente, como disse Silvio Pereira em seu depoimento à CPI dos Bingos. A nota afirma que ¿em 1º julho de 2005 o partido firmou um contrato de prestação de serviços com o escritório do advogado Arnaldo Malheiros Filho para a defesa de Delúbio Soares e Silvio Pereira, então dirigentes do partido, no caso que investigava o financiamento ilegal de campanha¿.

O texto também divulga valores: ¿O contrato estipulava o valor de R$300 mil como pagamento pelos serviços prestados a Sílvio e Delúbio entre os dias 1º de julho e 20 de setembro de 2005. Após esta data, como o contrato não foi renovado, as custas de eventuais serviços prestados deixaram de ser responsabilidade do PT¿.

Bandeira de Mello foi contratado às pressas e mal teve tempo de conversar com seu cliente, segundo o próprio Silvio disse ontem à CPI. Malheiros deixou a defesa do ex-dirigente, segundo Bandeira de Mello, por incompatibilidade com seu cliente. Silvio desobedeceu à orientação do criminalista e concedeu entrevista ao GLOBO publicada no último domingo.

Paulo Ferreira também negou que tivesse sido escalado pelo partido ou pela cúpula do governo para tentar acalmar Silvio antes do depoimento à CPI. Ele afirmou que há cerca de 40 dias não conversa com o ex-dirigente. O último diálogo dos dois teria sido por telefone, intermediado por um amigo comum.

¿ Esse encontro nunca aconteceu. Se houve essa convocação para eu falar com Silvinho, ninguém me avisou.