Título: BC INTERVÉM E DÓLAR FECHA A R$2,061
Autor: Martha Beck e Henrique Gomes
Fonte: O Globo, 11/05/2006, Economia, p. 37

Federal Reserve eleva taxa básica de juros dos Estados Unidos para 5% ao ano

NOVA YORK e RIO. Com o dólar encostando na mínima do ano ¿ R$2,056 ¿ o Banco Central (BC) fez ontem um novo leilão e comprou a moeda americana a R$2,06, por meio de 13 propostas de 11 bancos. No encerramento dos negócios, o dólar ficou estável, a R$2,061. No mês, a queda chega a 1,29% e no ano, a 11,35%. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,54%, aos 41.751 pontos. Durante o dia, porém, chegou a cair 1,17%, à espera da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a taxa básica de juros dos EUA. Já o risco-Brasil, que havia subido nos últimos dias, recuou ontem para 213 pontos centesimais, uma queda de 1,39% em relação à véspera.

A expectativa em torno da reunião do Fed reduziu os negócios no mercado financeiro brasileiro, que ontem também foi influenciado pela alta nas cotações do petróleo no mercado internacional e pela queda das bolsas americanas. Em decisão unânime, o banco central dos EUA elevou ontem sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 5% ao ano. Esta foi a 16ª vez consecutiva que a autoridade monetária dos Estados Unidos aperta o crédito aumentando o custo dos juros, que agora se encontra em seu maior patamar desde abril de 2001.

Ao anunciar sua decisão, o Fed indicou que, embora uma pausa nesse ritmo seja possível, continuará elevando, se necessário, os juros para manter a inflação sob controle. As próximas decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed (órgão equivalente ao Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil) dependerão de como a economia do país se desenvolverá. Com isso, emitiu um sinal mais conservador do que vinha dando ao mercado.

¿ O Fed está tentando claramente preparar o mercado para a possibilidade de uma pausa em breve (no aumento das taxas), mas, ao mesmo tempo, abrindo espaço para elevar os juros, caso seja necessário ¿ disse Anthony Chan, economista-chefe da JP Morgan.

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