Título: INSTITUTO PROMETE DEVOLVER RECURSOS
Autor: Alan Gripp
Fonte: O Globo, 14/05/2006, O País, p. 10

Presidente do Ibrae diz que não conseguiu fazer licitação de serviço para ministério

O presidente do Instituto Brasileiro de Cultura e Educação (Ibrae), Marco Antonio Tadeu Alves Pereira, disse que vai devolver os recursos recebidos do Ministério da Saúde porque não conseguiu realizar a licitação para os serviços. Em entrevista na sede da instituição, no Centro do Rio, ele disse que não tinha contratos na área de saúde e não tinha recebido qualquer valor de emenda parlamentar. Segundo ele, a organização somente trabalhava com o governo num projeto de inclusão digital.

Após O GLOBO encaminhar fax apresentando a ordem bancária com o pagamento de R$240 mil feito com recursos do Fundo Nacional de Saúde para o Ibrae em novembro de 2005, o presidente da entidade voltou atrás e admitiu que recebeu os recursos para serviços na saúde:

¿ Eu não tinha esta a informação (do pagamento do Ministério da Saúde) e agradeço a gentileza do jornal de me informar. O Ministério da Saúde abriu uma conta para nós e o dinheiro entrou. Este dinheiro está parado, sendo remunerado. A licitação foi iniciada, mas não apareceram interessados. Estamos procedendo à formalização do fechamento burocrático e vamos devolver os recursos ¿ disse Marco por telefone.

O Ibrae é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) entidade que tem mais facilidade para contratar com o poder público. O presidente disse ainda que Nilton, citado na investigação da Polícia Federal, não é associado da instituição, mas trabalha como voluntário no projeto de inclusão digital. Segundo ele, Nilton não trabalharia com serviços na área de saúde.

Na primeira entrevista, Marco disse que não conhecia os deputados que apresentaram emendas para o Ibrae e que o instituto recebia verbas da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia, para um programa de inclusão digital no sul do Estado do Rio. O contrato para este programa seria de R$1,6 milhão. Mas segundo ele, só parte dos recursos chegou porque o Ibrae pediu que ele fosse ampliado. O projeto original previa cinco ônibus para ensinar informática em 12 municípios. Na segunda entrevista por telefone, Marcos admitiu conhecer os deputados José Divino e Paulo Baltazar, que apresentaram emendas.