Título: NO EXTERIOR, CONFLITO É TRATADO COMO GUERRA
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Fonte: O Globo, 15/05/2006, O País, p. 3
Jornais estrangeiros dão ampla cobertura
A imprensa internacional acompanha a onda de violência em São Paulo com adjetivos que costumam ser usados para a cobertura da guerra no Iraque. Vários dos principais jornais do mundo e suas edições eletrônicas destacaram as dezenas de mortes nos últimos dois dias em São Paulo.
Para o ¿Times¿, de Londres, ¿partes de São Paulo pareciam uma zona de guerra na noite passada.¿ O diário, um dos mais tradicionais da imprensa mundial, afirmou que ¿um dos maiores sindicatos do crime fez um cerco a delegacias de polícia, pulverizou carros de patrulha e realizou insurreições simultâneas em presídios.¿
As redes de notícias BBC, do Reino Unido, e CNN, dos Estados Unidos, também deram grande destaque ao assunto, mantendo a cobertura da onda de violência como a notícia principal de seus sites durante todo o dia de ontem. A rede britânica disse que ¿pelo menos 52 pessoas morreram em mais de cem ataques desde sexta-feira à noite.¿ Segundo o correspondente da BBC na capital paulista, ¿os ataques e as rebeliões nos presídios representam a maior onda de violência organizada na história de São Paulo.¿ A rede ainda destacou que até explosivos foram usados contra uma delegacia. A americana CNN destacou a existência de 174 reféns durante a tarde de ontem em presídios de São Paulo.
O jornal francês ¿Le Monde¿ ressaltou que entre os ¿pelo menos 52 mortos¿, 35 eram policiais. O diário de Paris disse que ¿esta verdadeira ação de guerra foi lançada, aparentemente, em represália à transferência de centenas de prisioneiros para uma prisão de segurança máxima.¿
O ¿Die Welt¿, um dos maiores diários da Alemanha, também deu grande destaque à violência em São Paulo. Sob o título ¿Pelo menos 50 mortos na maior ofensiva mafiosa do Brasil¿, o jornal disse que ¿centenas de visitantes em presídios se tornaram reféns de 30 mil presos rebelados.¿
O português ¿Público¿ afirmou que ¿número de mortes sobe para 52 no segundo dia de ataques.¿